O protesto dos estudantes
Quando eu estava no
primário (naquele tempo era assim) no Grupo Escolar Mena Barreto, em São
Gabriel, além do guarda pó branco e da gravata azul, uniforme obrigatório a
todos os alunos, a gente aprendia, já nos primeiros dias, a cantar o Hino
Nacional e reverenciar a bandeira do Brasil. Fomos ensinados que, tanto o hino
quanto a bandeira, eram símbolos que a gente tinha que respeitar.
Quando havia qualquer
festividade na escola, que a gente também respeitava, todos cantavam o hino e
alguém segurava a bandeira, respeitosamente.
Hoje, acho que
lamentavelmente, as coisas mudaram muito. Os meninos vão para as salas de aula
de bermuda, chinelo e camiseta regata, que a gente chamava de camisa de física.
As meninas andam de short, minissaia e assessórios da moda. Uniforme é coisa
antiga, totalmente fora de moda.
Sem querer ser saudosista,
mas sendo um pouco, falo naquele tempo para comparar com as imagens do protesto
de ontem, dito em favor da educação. Educação? Na verdade um protesto orientado e incentivado por partidos
políticos e profissionais que não aceitam o resultado das urnas e querem que o
Brasil siga em direção ao precipício que eles abriram nos últimos anos.
As
duas fotos que estão abaixo, foram publicadas pela RBS e mostram momentos da
manifestação (?) de estudantes (?) em Porto Alegre.
Assim
como fiz em fotos das ditas manifestações em todo o Brasil, algumas com meia dúzia
de pessoas, procurei em todas as fotos, a bandeira do Brasil. Imaginei que nos
protestos estudantis, ela predominasse, sendo levantada com orgulho pelos jovens que dizem lutar por uma
melhor educação, sem cortes de verbas, coisa comum em todos os governos que
contingenciaram recursos para a área. Contingenciamento, naquela época,
explicava os atos dos governantes que nunca foram contestados. Hoje é corte,
desmonte da educação, fim das pesquisas, motivo de manifestações com a
participação de políticos (sempre os mesmos), sindicatos, CUT, MST e outros bem
conhecidos.
Mesmo
reunindo pouca gente, não consegui ver uma única bandeira do Brasil em nenhuma
das manifestações pelas cidades onde ocorreram. Os estudantes (?) empunharam
bandeiras vermelhas e de outras cores, com símbolos de seus partidos, vestiram camisetas da mesma
cor e cumpriram rigorosamente as ordens de seus coordenadores, ou seja,
transformaram o movimento em ação contra om governo, contra o futuro. Provavelmente por orientação partidária, aboliram a defesa de suas lideranças e
deixaram de fora o pedido de liberdade para os condenados presos.
Confesso,
entristecido, que lembrei do meu tempo de Mena Barreto, do Hino Brasileiro e da
Bandeira do Brasil. Quem sabe os
estudantes de hoje sintam vergonha do nosso hino e da nossa bandeira, Preferem
coisas mais modernas e seguem o líder, ou os líderes.
Machado
Filho
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