Com desoneração fiscal de
um lado e muito
dinheiro para MST e CUT de outro, não tinha
como o dinheiro não
acabar
O ex-governador Sérgio
Cabral, que está preso no presídio de Bangu, deu um depoimento ao Ministério
Público dizendo que pagou R$ 200 mil a Claudio Lopes, ex-chefe dos procuradores
estaduais do Rio de Janeiro, e mais uma mesada de R$ 150 mil. Cabral pagava o
procurador “por proteção total a mim e aos meus”, chegou a dizer o
ex-governador.
Foram 15 anos de corrupção
e de favores para a indústria e o comércio, diminuindo impostos. Isso deu no
que deu. O país entrou em uma recessão danada, da qual até hoje não se
recuperou.
Os favores fiscais
acabaram deixando milhões de desempregados. Já se passaram quase 5 anos do
flagelo chamado Dilma e o país não ainda não se recuperou, está com desemprego
e com uma perspectiva ruim de crescimento econômico.
A gente viu que com essa
história de desoneração fiscal de um lado e de dinheiro – muito dinheiro – para
MST e CUT (o tal do populismo social) do outro, o dinheiro acabou. Tinha que
acabar o dinheiro. Aí vai tirar de onde?
Foram governos que eram o
pai dos pobres e a mãe dos ricos. Getúlio Vargas fazia esse jogo também. 54% da
população ativa do Brasil – 93 milhões – está pendurada no Tesouro. Tem o
Bolsa-Família – o programa tirou 7,5 milhões de famílias que não tinham razão
de receber o benefício: eram funcionários públicos, que não precisava, que já
tinha morrido, gente que já devia ter saído e não saiu ainda. Fizeram essa
limpa, baixou um pouco o número: parece que eram 15 milhões, agora são 14
milhões. Digo “parece” porque estou falando de memória.
Por isso a reforma da
Previdência é crucial e está nas mãos do Congresso Nacional, dos nossos representantes
– do seu senador, do seu deputado. Compete a eles a responsabilidade de
resgatar as contas públicas que estão atrapalhando o país. O nosso imposto não
é para sustentar governo e sim para pagar bons serviços públicos. Isso tem que
ficar bem claro.
Bolsonaro não aprendeu
O presidente da República
está saindo do Palácio da Alvorada e do Planalto para compromissos pessoais.
Ontem à tarde Bolsonaro foi ao cemitério para o enterro da mãe de Eduardo
Guimarães, ex-funcionário do gabinete dele nesse longo tempo em que foi
deputado federal. Ele estava abraçado com o ex-funcionário. Foi também o filho
Eduardo Bolsonaro, deputado federal.
Parece que Bolsonaro não
ficou assustado com a facada de Juiz de Fora, porque ele continua no meio de
multidão. Outro dia ele saiu e foi para uma favela, que a gente chama de Cidade
Estrutural – na verdade é uma favela construída sobre um lixão –, onde mora
aquela menina que uma fake news disse que “recusou-se a cumprimentar o
presidente da República”. Na verdade, o presidente tinha perguntado quem torcia
para o Palmeiras. Depois ela foi ao Palácio esclarecer, e antes disso o áudio
foi posto nos nossos ouvidos. A menina ganhou uma camisa do Flamengo. Bolsonaro
foi à favela, também se expondo. Acho que ele não aprendeu.
Aliás, no Programa Silvio
Santos, ontem, ele mostrou a cicatriz da facada do Adélio Bispo – ex-PSOL.
Interessante que na legenda do noticiário – é claro que não foi em todo
noticiário, mas isso eu vi – dizia que ele mostrou a cicatriz da bolsa de
colostomia. É para não mencionar que ele recebeu uma facada para tirá-lo do
pleito e que o sujeito era do PSOL. Fica tão ridículo essa pueril e ingênua
militância, porque fica tão clara. O sujeito quer enganar: olha, ele teve que
colocar uma bolsa de colostomia porque de certo teve um problema intestinal.
Convenhamos.
Mundo real
Foi feito um levantamento
da Crowtangle sobre a presença dos envolvidos nas eleições nas redes sociais
depois de seis meses. Entre retweets e likes Bolsonaro deu 46,8 milhões, depois
vem Haddad com 5,6 milhões, Lula – que estava junto com Haddad – com 2,8
milhões, Amoêdo com 2,25 milhões e Ciro Gomes com 1,1 milhão.
Quero encerrar lembrando
uma frase de Fernando Henrique Cardoso, em uma entrevista para a CBN agora há
pouco, dizendo que o político que não está em rede social não está no mundo
real.
Alexandre Garcia
Gazeta do Povo
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