Coaf
para Economia é inconstitucional,
dizem juízes federais
A União Nacional dos Juízes Federais do Brasil (Unajuf), que representa magistrados de 1.º grau, manifestou apoio ao ministro Sérgio Moro pela manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em nota, a entidade afirmou que ‘é inconstitucional’ a votação que transfere o órgão para o Ministério da Economia.
A mudança foi aprovada na última quinta, 9, por 14 votos a 11,
na comissão de deputados e senadores que analisa a Medida Provisória da reforma
ministerial. O requerimento ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do
Senado.
Segundo a Unajuf, a votação
viola o processo legislativo, por ‘vício de iniciativa de tramitação’.
Para o juiz Eduardo Cubas, presidente da
entidade, ‘o Coaf vai ficar no Ministério da Justiça independentemente da
aprovação da MP’.
“O que vale é o decreto do
presidente. A sociedade está ansiosa por ver a atuação dessa fiscalização”, diz
Cubas.
A entidade indica que o
deslocamento do Coaf para o Ministério da Justiça foi realizado por meio de
decreto presidencial no início do ano, e que não cabe ao Congresso Nacional revogá-lo,
‘prevalecendo a independência do Poder Executivo para atos de
gestão’.
Sérgio Moro destacou que
continuará conversando com os parlamentares para ‘buscar o convencimento’ das
propostas de sua pasta.
No Twitter, Moro disse
ainda que a permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) dentro da estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública não é uma ‘questão pessoal’, mas uma
medida para ‘fortalecer o combate à corrupção, à lavagem de dinheiro, ao crime
organizado e ao financiamento ao terrorismo’.
O órgão ‘está em casa’ no
Ministério da Justiça, disse o ministro.
No início do mês, Moro
afirmou que o conselho estava ‘esquecido’ no Ministério da Fazenda e que o
ministro Paulo Guedes, da Economia, não quer o Coaf.
Roberto
Leonel, o presidente do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, também defendeu a permanência do órgão na pasta de Moro, ‘para não
perder o reforço que ganhou nos últimos quatro meses’.
Com Estadão
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