O jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, publicou uma matéria que mostra o quanto existe de incoerência na acusação de Zeca Dirceu (PT), filho do condenado Zé Dirceu (PT), ao ofender o Ministro Paulo Guedes, da Economia.
O texto é longo, mas merece ser lido com toda a atenção já que esclarece vários pontos que envolvem o Partido dos Trabalhadores e seus líderes, principalmente Lula, condenado e preso por corrupção. Não deixe de ler.
Tenham todos um Bom Dia!
4 vezes em que o PT foi a tchutchuca de poderosos (e você
pagou a conta do baile)
Uma discussão entre o Ministro da Economia, Paulo Guedes,
e o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) levou ao encerramento da audiência na
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na noite desta quarta-feira (03).
O objeto era a proposta de reforma da Previdência feita pelo governo Bolsonaro.
O conflito se deu quando o petista afirmou que o ministro
age como "tigrão" em relação a aposentados, idosos e pessoas
humildes, mas como "tchutchuca" no tocante à "turma mais
privilegiada do nosso país".
Há um problema na análise de Zeca Dirceu: para adotar o
mesmo termo esdrúxulo, ninguém neste país foi mais “tchutchuca” de poderosos e
bilionários do que o partido ao qual Zeca Dirceu é filiado, e que ficou 14
anos, 5 meses e 12 dias no poder. Houve diversos programas de transferência de
renda dos mais pobres para os mais ricos protagonizados por mandatários do
Partido dos Trabalhadores enquanto estiveram no Palácio do Planalto.
As críticas direcionadas a Guedes são, basicamente, fruto
de um desconhecimento acerca da urgência de reformar a Previdência e sobre quem
ela irá afetar, uma vez que o ônus é falsamente atribuído aos brasileiros de
menor renda. É estimado que em dez anos ela poderá gerar R$ 1,1 trilhão de
economia. Ocorre que todo gasto do governo é custeado mediante tributação, seja
impostos, dívida pública ou emissão de moeda. Ao economizar por meio de um
ajuste do sistema previdenciário, busca-se equilibrar as contas públicas. A
União não consegue fazer um superávit primário — despesa do governo inferior ao
que ele arrecada em impostos — desde 2014.
Além de insustentável, a atual Previdência é injusta:
apenas 3% de toda a despesa previdenciária vai para os 20% mais pobres. Já 41%
é destinada aos 20% de brasileiros de maior renda. Enquanto o Bolsa Família
custa anualmente cerca de R$ 30 bilhões e atende 46 milhões de pessoas, o rombo
da aposentadoria rural é de R$ 110 bilhões, sendo destinada a apenas 9 milhões
de beneficiários. Quão mais tímido é o ajuste, mais prejudicados serão os mais
pobres, já que o status quo os afeta de maneira negativa.
Assim, ainda que indiretamente, a aprovação da reforma da
Previdência é que beneficiará os mais pobres: além de combater desigualdades,
ela é essencial para uma recuperação mais vigorosa da economia. Sem um ajuste,
tenderá a haver menor crescimento, bem como aumento dos juros e impostos.
Segundo levantamento de Felippe Hermes, do site Spotniks,
durante o governo Lula, a despesa do governo cresceu 2,4% do PIB. Todavia,
apenas 0,05% disso foi para a saúde, 0,2% para a educação e, mais da metade,
1,37%, para Previdência. Tamanho aumento de gasto é o resultado de postergar a
reforma. Da forma como funciona hoje em dia, a despesa com aposentadorias e
pensões está canibalizando outras fatias do orçamento.
Para além das falsas narrativas defendidas pelo partido,
selecionamos 4 oportunidades principais em que o PT foi a tchutchuca de
poderosos, e quem pagou a conta do baile foi você.
1) O baile do BNDES
A estratégia, idealizada pelo economista Luciano
Coutinho, mas abraçada por Lula e, posteriormente, Dilma, era escolher
determinadas companhias para se tornarem gigantes em seus setores e competir no
mercado internacional. E tudo isso turbinado a partir de empréstimos do BNDES.
Os juros eram subsidiados. Empresas que não eram amigas
do governo tinham de competir arcando com taxas de juros mais altas, cobradas
pelo mercado. Boa parte dos empréstimos foi feita com juros negativos, ou seja,
a devolução dos valores contratados era inferior à inflação do período.
Em um período de nove anos, entre maio de 2007 e maio de
2016, a conta do BNDES fechou em R$ 1,2 trilhão, valor equivalente a 40 vezes o
atual orçamento do Bolsa Família — previsto para R$ 30 bilhões em 2019. Esse
montante era destinado geralmente a empresas amigas, como o frigorífico JBS, a
telefônica Oi e a petroleira OGX de Eike Batista. Os ex-presidentes
contribuíram com R$ 13,6 bilhões para que empreiteiras brasileiras realizassem
obras em países da África e América Latina. Essa quantia corresponde a 93% do que
foi desembolsado pelo banco estatal para exportação de bens e serviços. A
Odebrecht, sozinha, abocanhou 64% do total.
Foi o auge do capitalismo de laços — um sistema que se
realiza mediante a criação de alianças e emaranhados comerciais estabelecidos
entre grupos privados com o governo, na definição do professor do Insper Sérgio
Lazzarini.
O gasto com essa festa de crédito foi superior ao do
Plano Marshall, realizado pelos Estados Unidos para ajudar na reconstrução da
Europa após a II Guerra Mundial.
2) O baile dos ditadores
Em 2009 o então presidente Lula afirmou, na cúpula das
nações africanas, que “não podemos ter preconceito com países não
democráticos”. Não à toa, enquanto sua agremiação esteve no comando do
Executivo, bilhões em impostos arrancados do trabalhador brasileiro foram
destinados a ditaduras.
Diversos desses contratos são caixas-preta até os dias
atuais. Foram construídas obras de infraestrutura, como rodovias, ferrovias e
aeroportos, sobretudo em países da América Latina e na África. Segundo o jornal
O Globo, tais empréstimos causaram prejuízo anual de R$ 1,1 bilhão ao
trabalhador, uma vez que são realizados com recursos do FAT, um fundo
financiado com parte dos salários de cada trabalhador brasileiro.
Angola, Congo, Cuba, Gabão, Guiné Equatorial, Moçambique,
Venezuela e Zimbábue foram os destinos prediletos dos presidentes petistas.
Venezuela, Cuba e Moçambique deram calote de R$ 1,7 bilhão.
3) O baile dos empreiteiros
Segundo as investigações da Operação Lava Jato, as
maiores empreiteiras do país formaram um cartel e dividiam as obras que cada um
ganharia com a Petrobrás. Tudo sob o comando do PT, mas com favorecimentos
ainda ao MDB e PP. No meio disso, empresas como Odebrecht e OAS, além da
Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez foram largamente as maiores beneficiárias
pelo governo petista — embora houvesse várias outras — e retribuíram com
pagamento de vultosas quantias de propina.
A Odebrecht, por exemplo, retribuiu o favor depositando a
título de propinas a importância de R$ 324 milhões ao longo de 5 anos para o
PT, segundo delações premiadas. Entre os principais benefícios, ampliação de
crédito para exportação a Angola e aprovação de medida provisória de Refis.
Já em relação a OAS, Lula realizou tráfico de influência
para a empreiteira no exterior. A empresa tinha desejo de incrementar negócios
em países como Peru, Chile, Costa Rica, Bolívia, Uruguai e nações africanas.
lula se prontificou em ajudá-los. Em retribuição, foram feitas obras e reformas
no sítio em Atibaia e no triplex do Guarujá, pelos quais Lula foi condenado.
Ademais, a OAS deu R$ 215 milhões de reais em propina ao PT.
O Grupo Andrade Gutierrez fez doações ao PT em troca de
favorecimento em contratos com estatais. Entre as denúncias, consta que bancou
pagamentos de fornecedores da eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010, no
valor de R$ 6,1 milhões, além de outros R$ 10 milhões na campanha de 2014.
Estima-se que metade dos R$ 100 milhões da empresa 'doados' ao PT foi propina.
4) O baile dos lobistas
Segundo delação de Antônio Palocci, homem forte tanto do
ex-presidente Lula quanto de Dilma, pelo menos 900 das mil medidas provisórias
editadas nos quatro governos do PT motivadas por propinas.
Embora possa haver uma imprecisão nas informações — o PT
editou 623 MPs —, e a delação ainda seja alvo de trâmite processual, há fortes
evidências de que em algumas das MPs houve negociações ilícitas para inserir
determinados conteúdos que beneficiassem grupos privados. Entre elas, duas são
alvo de ações penais, como a MP 627, de 2013, que prorrogou incentivos fiscais
destinados a montadoras de veículos, além da MP 471, de 2009, que também
beneficiou montadoras com a prorrogação de incentivos fiscais. As empresas
automobilísticas Mitsubishi e Caoa estariam envolvidas, e ainda respondem por ação
penal que investiga o caso.
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