A censura do STF dá mais
visibilidade à reportagem da
Crusoé
Incêndio na história
No mundo a grande notícia é o fogo na Catedral de
Notre-Dame, tomara que não tenha sido criminoso, que tenha sido acidental, um
uso de maçarico numa parte que estava sendo restaurada. Aliás, a catedral está
constantemente sendo restaurada, eu vi cair – vocês todos viram – a agulha do
teto da Notre-Dame. Isso é uma coisa que choca. A gente vai procurando ângulos
para tirar fotos dessa igreja medieval, que inclusive foi palco do Alexandre
Dumas, autor de O Corcunda de Notre-Dame, o Quasimodo. Na minha infância era um
ícone, o Charles Laughton fazendo o papel de Quasimodo com a Maureen O’Hara no
papel da cigana naquele filme. Enfim, isso é só para lembrarmos um pouco para
nós brasileiros onde pega um pouco esse incêndio da Notre-Dame.
O sumiço dos autos
No Brasil, pior do que o incêndio foi essa censura do
Supremo sobre a revista digital Crusoé, que eu assino e sei que é uma revista
excelente. É uma revista eminentemente jornalística, com excelentes
profissionais. Não é uma revista digital sensacionalista, mas é investigativa e
descobriu e denunciou que nos autos da Lava Jato estava lá uma declaração da
delação premiada de Marcelo Odebrecht sobre dinheiro para o “amigo, do amigo,
do amigo”, dizendo que esse “amigo, do amigo…” era Dias Toffoli, presidente do
Supremo. Acho que a censura fez o papel contrário porque chamou atenção para o
fato. Quem não conhecia o fato ainda agora está conhecendo. Quem não conhecia
ainda a revista digital Crusoé, agora está conhecendo. A revista vai dar um
salto de assinantes. Agora, o pior de tudo, o mais grave de tudo, sumiu dos
autos essa parte. E isso é o pior de tudo. Foram investigar e descobriram que o
que havia entrado nos autos lá atrás, agora não está mais. Isso é gravíssimo,
gravíssimo.
Gravação com Gentili
Eu ontem gravei com um condenado, o Danilo Gentili, do
programa The Noite, no SBT em São Paulo. Ele não estava de tornozeleira, não.
Foi condenado a seis meses de prisão por uma queixa da deputada Maria do
Rosário. É um outro caso que Maria do Rosário acabou promovendo aquele contra o
qual ela se queixou na Justiça, e a Justiça também acabou promovendo. Eu vou
desfrutar disso, com um programa também com a audiência lá em cima.
O aumento e a provocação
Sobre a questão do preço do diesel, vocês preferem que se
aumente o diesel nesse aumento recordista de 5,7%? É muito estranho, porque o
maior aumento tinha sido três e pouco por cento, ou fomentar, incentivar uma
ameaça de parada – mais uma parada – dos caminhoneiros? Vocês lembram daqueles
11 dias de país parado, já começando a faltar alimentos, faltando remédio. Nós
cometemos um grande erro nas rodovias, se tivéssemos ferrovias isso não
aconteceria. Mas, enfim, havia essa possibilidade. O aumento de 5,7% parece uma
provocação, parece uma tentativa de açular os caminhoneiros para essa parada,
essa imobilização, para que o país se dê mal. Parece que há a quinta coluna
dentro da Petrobras estimulando isso. A empresa foi tão aparelhada em outras
épocas que a gente fica desconfiando.
Perto do tri
Mas o ex-presidente Temer, que perdeu o foro privilegiado
como presidente, perdeu também as imunidades previstas para presidente, que não
podem ser processados por questões fora do mandato. Agora o Ministério Público
encaminha para a Justiça Federal em Brasília mais uma denúncia em que ele pode
ser convertido a réu pela terceira vez, sobre aquele decreto que teria sido
feito para beneficiar empresas portuárias amigas e que ajudam na campanha
eleitoral.
Pausa no exército vermelho
O MST não está invadindo mais, 43 invasões em março do
ano passado, uma neste ano. O que está havendo? Um: não tem mais o dinheiro que
vinha dos nossos impostos para eles. Dois: os fazendeiros se armaram. Três: não
tem mais um INCRA favorável e nenhum governo favorável. Então esvaziou-se pelo
menos as invasões, o exército vermelho, digamos assim, do MST apertou o freio
por falta de logística para fazer as invasões.
Alexandre Garcia
Gazeta do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário