domingo, 1 de julho de 2018

➤COPA DO MUNDO

QUARTAS DE FINAL

Depois dos jogos realizados no final de semana, quatro seleções estão classificadas para as quartas de final. 
Veja quem serão os adversários:

Sexta – 07/07
11:00
Uruguai _ X _ França

Sábado – 08/07
15:00
Rússia _ X _ Croácia

➤Ricardo Noblat

Vai lamber sabão, PT!

Esdrúxula a gritaria do PT contra os ministros do Supremo Tribunal Federal, acusados por ele de perseguição a Lula e ao partido. Sete dos atuais 11 ministros foram escolhidos por Lula e Dilma. Na semana passada, ao criticar o ministro Edson Fachin, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, lembrou que ele fora cabo eleitoral de Dilma.

Esdrúxula também a gritaria do PT contra Temer. Foi Lula, nas eleições de 2010 e 2014, que indicou Temer para substituir Dilma nas suas ausências e em eventual caso de impedimento. É para isso, segundo a Constituição, que serve um vice. Temer serviu também para garantir o apoio do PMDB ao segundo governo Lula e aos dois de Dilma.

Mais esdrúxula ainda é a gritaria do PT em torno do que chama de “destruição do Estado de Direito no Brasil” desde que Dilma foi apeada do poder há quase dois anos. Ora, na medida em que mesmo assim opera normalmente, lança candidatos e disputa eleições, o PT acaba legitimando o que insiste em denominar de “golpe”.

Para ser coerente, se eleição sem Lula é fraude, o PT não deveria disputá-la – mas disputará, e em breve substituirá Lula por Fernando Haddad, candidato a presidente nas eleições de outubro. Se o que derrubou Dilma foi mesmo um golpe aplicado pelo Congresso e com o apoio da Justiça, o PT avalizou-o por ter participado de todas as suas fases.

Querem maior reconhecimento da parte do PT de que a democracia funciona no Brasil do que ele entrar com 78 recursos na Justiça para anular o processo que condenou Lula a 12 anos de prisão? Por inútil, não se apela a uma Justiça golpista. Nem se cobra a uma mídia golpista mais espaço para divulgar as atividades de um político preso.

Publicado no portal da VEJA em 01/07/2018

➤OPINIÃO

Lula no mata-mata

Eliane Cantanhêde

Com a chegada do recesso do Judiciário, bateu o desespero no ex-presidente Lula e nos seus advogados, que saíram em desabalada carreira para entupir o Supremo de recursos, tentando atropelar o plenário e até o sorteio eletrônico (!) para escolher não só a turma, mas o próprio relator desses recursos. Esse serve, esse não serve... Uma audácia incrível, no vale tudo para Lula trocar a prisão em Curitiba pela campanha à Presidência.

Nessa corrida, com chute, cotovelada e empurrão, os advogados Sepúlveda Pertence e Cristiano Zanin disputam homem a homem quem apresenta seus recursos primeiro e, no fundo, quem cai mais nas graças do cliente famoso. Sepúlveda tem mais credenciais, como ex-presidente e grande referência no Supremo. Zanin, bastante esforçado, foi escolhido por ser genro de um dos maiores benfeitores de Lula, Roberto Teixeira.

Assim, Pertence, mais experiente, mais pé no chão, trabalha com a prisão domiciliar de Lula como lance na negociação com o Supremo. Mas o próprio Lula, a cúpula do PT e Zanin aderiram ao tudo ou nada, têm uma posição menos jurídica e mais política e não admitem um milímetro a menos do que a anulação da condenação do juiz Sérgio Moro e do TRF-4, com a conversão do réu em vítima. Por isso, a defesa acabou apresentando dois recursos conflitantes.

O primeiro foi para anular a condenação e todos os seus efeitos: a prisão e a inelegibilidade. O segundo, num evidente recuo, para anular apenas a prisão e deixar a questão da inelegibilidade para lá. Por que? Porque o PT pretende registrar a candidatura Lula até 15 de agosto e a partir daí guerrear contra a impugnação na Justiça Eleitoral, mas, se o STF confirmar a inelegibilidade antes, nada feito, a guerra já estará perdida. O STF tem sempre a última palavra.

Enquanto rola solto o confronto de egos e estratégias entre os advogados de Lula, mais o Supremo vai se organizando em três grupos. O dos que gritam pelo fim da prisão em segunda instância e, até lá, soltam todo mundo e abrem caminho para soltar Lula também. O dos que não soltam ninguém, não admitem votar pela quarta vez a prisão em segunda instância e não parecem dispostos a salvar Lula. E um terceiro que serve de pêndulo.

Assim, foram eleitos os “amigos” de Lula, os “inimigos” e as “incógnitas”. Entre os amigos, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello. Entre os inimigos, Cármen Lúcia – que vai chegando ao fim de sua presidência sem por em pauta a revisão da prisão após a segunda instância – e Edson Fachin, o “petista roxo” que bate de frente o tempo todo com os lulistas (desde sempre ou de ocasião) na Segunda Turma. Entre as incógnitas, Celso de Melo e Rosa Weber, que guardam seus votos para... a hora do voto.

E, assim, chegamos a julho com Cármen Lúcia no olho do furacão. Ela distribuiu a pauta de agosto sem os recursos de Lula, mas assume poderes monocráticos durante o recesso e pode decidir a qualquer momento levar esses recursos ao plenário na primeira quinzena de agosto. Uma responsabilidade monumental, porque impacta a Lava Jato, a autoestima do brasileiro, a percepção internacional sobre o combate à corrupção no Brasil, a eleição presidencial e, sem exagero, o rumo da história.

O Brasil está parado, com a respiração suspensa, não só pela disputa do hexa na Rússia, mas também pela indefinição de uma eleição que praticamente congelou. O líder nas pesquisas é uma ficção, o segundo é um perigo, os demais não vão nem para a frente nem para trás. Passada a Copa e decidido finalmente o destino de Lula (e, com ele, o da Lava Jato e da Ficha Limpa...), os advogados vão parar de correr e a eleição vai enfim andar. Na verdade, enfim começar.

Publicado no portal do Jornal Estado de São Paulo em 01/07/2018

➤COPA DO MUNDO

JOGOS DE HOJE - 01/07
OITAVAS DE FINAL

11:00
Espanha 1(3) X 1(4) Rússia

15:00
Croácia 1(3) X 1 (2) Dinamarca