quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

➤Inquérito dos portos

Raquel denuncia Temer por corrupção e lavagem
 

Procuradora-geral da República formaliza, perante o Supremo Tribunal Federal, acusação contra o presidente da República, o coronel Lima, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, o 'homem da mala', os empresários Ricardo Mesquita e Antonio Celso Grecco e o arquiteto Carlos Alberto Costa

Na véspera do recesso do Judiciário e a 12 dias de terminar o mandato de Michel Temer, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou nesta quarta-feira, 19, denúncia contra o presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do inquérito dos Portos, que apura se houve favorecimento a empresas do setor portuário na edição de um decreto de 2017. Esta é a terceira denúncia apresentada contra Temer pela Procuradoria desde que ele assumiu o cargo, em 2016.


Além do presidente, foram denunciados João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo pessoal do presidente, Carlos Alberto Costa, sócio de Lima, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antônio Grecco e Ricardo Mesquita, ambos da Rodrimar.

Para Raquel, Temer vem recebendo vantagens indevidas “há mais de 20 anos” e a “edição do Decreto dos Portos (Decreto n.º 9.048/2017) é o ato de ofício mais recente identificado, na sequência de tratativas ilícitas que perduram há décadas”.

“As investigações revelaram que as tratativas entre Michel Temer e os executivos do Grupo Rodrimar não eram pontuais nem recentes. Havia já uma relação de confiança, própria da prática sistêmica de esquemas sofisticados de corrupção, resultando daí que a função pública estava sempre à disposição, sendo que os delitos se renovavam ao longo do tempo a cada contato (promessa de vantagem, com a correlata aceitação: sinalagma delituoso)”, diz a denúncia.

De acordo com a procuradora-geral, a investigação comprovou que Temer, o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho e Carlos Alberto Costa (que foi sócio do coronel), “atuando de modo concertado e em unidade de desígnios desde 31/8/2016 até o momento, ocultaram valores de pelo menos R$ 32 milhões provenientes diretamente de crimes contra a administração pública praticados por membros de organização criminosa por meio de empresas de fachada”.

“Michel Temer está no epicentro deste sistema criminoso, porque é o agente político com poderio suficiente para obter benefícios para os empresários do setor portuário”, afirmou Raquel.

Para a procuradora-geral da República, ficou comprovada na apuração a longa relação estabelecida entre Temer e Antônio Grecco “sob a forma de sistema de corrupção, no padrão conta-corrente, tendo como nicho de atuação o setor portuário, especialmente o Porto de Santos, que culminou na edição do Decreto n.º 9.048/2017”.

Agência Estado

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