Foto: Agência Brasil/Reprodução |
O senador Aécio Neves
(PSDB-MG) viveu mais um capítulo de seu inferno astral nesta terça-feira (11),
quando a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis de
sua propriedade e também em outros de sua irmã e braço-direito, a jornalista Andréa Neves, no âmbito da Operação Ross. O episódio soma-se ao ciclo de más
notícias que envolvem o tucano desde a divulgação, em maio do ano passado, de
seu mais do que controverso diálogo com o empresário Joesley Batista, em que
foi flagrado pedindo R$ 2 milhões ao dono da JBS.
A série de problemas, no
entanto, não impediu Aécio de sobreviver ao tsunami que atingiu muitos
políticos tradicionais nas eleições de outubro último. Ele recebeu mais de 106
mil votos dos mineiros e garantiu mais um mandato como deputado federal.
Voltará à Câmara, que presidiu entre 2001 e 2002, após oito anos como governador
e outros oito como senador – e com uma eleição presidencial no meio do caminho.
Mas o papel que Aécio
exercerá na Câmara, e mesmo dentro da bancada do PSDB, é uma incógnita. É bem
pouco provável que ele desfrute do prestígio de antes da crise, quando era
cortejado por tucanos e aliados – ao contrário, ele hoje é uma figura tóxica
dentro do PSDB.
“Defendemos o direito de
defesa e esperamos a conclusão das investigações, mas é claro que todas essas
circunstâncias são um grande desgaste ao PSDB”, disse um deputado tucano à Gazeta
do Povo.
Outro parlamentar, próximo
de Aécio, contemporiza; para ele, os efeitos das más notícias que envolvem o
ex-presidenciável “já estão precificadas” pelo partido. Ele aponta ainda que,
apesar dos inegáveis efeitos sobre a imagem de Aécio, a capacidade
articulatória do atual senador e futuro deputado é algo que deve garantir a ele
um protagonismo, ainda que de bastidores, em 2019. “Isso é o tipo de coisa que
jamais se perde”, apontou.
Ex-presidente do PSDB, o
senador Tasso Jereissati (CE) acredita que Aécio Neves já “prejudicou muito” a
imagem dos tucanos e que é preciso “dar um jeito nesse problema”.
“Eu acho que o Aécio já
prejudicou muito o partido. E, se isso for comprovado (mesada para Aécio), é um
negócio muito sério. Se essa mesada for realmente verdadeira, é uma questão
séria”, afirmou. Em seguida, Tasso foi perguntado se o caso era relevante até
para expulsão de Aécio Neves da legenda. “Não estou mais na direção do Partido,
a gente tem que dar um jeito nesse problema. A imagem do partido não pode mais
ficar ligada a isso para o resto da vida. Tem que dar um jeito”, complementou.
Gazeta do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário