O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e
preso em Curitiba, disse a interlocutores do PT que seria melhor esperar até o
Carnaval antes de definir a estratégia de oposição ao governo Jair
Bolsonaro. Segundo relatos feitos à direção nacional
do PT nos últimos dois dias, Lula avaliou que Bolsonaro terá dificuldades para
executar propostas radicais apresentadas durante a campanha eleitoral devido ao
"sistema de pesos e contrapesos" da democracia. Petistas
interpretaram a fala do ex-presidente como uma referência ao Congresso e
ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Tem que ver os
próximos passos. Certamente ele não será a pessoa que foi na campanha",
teria dito o ex-presidente, segundo relatos.
De acordo com petistas,
isso não significa que o partido deve ficar inerte. Ao contrário, o partido vai
de opor a medidas pontuais de Bolsonaro como a tentativa de aprovar pontos da
reforma da Previdência ainda antes da posse desde o primeiro momento. Mas o
discurso de combate ao "fascismo" não é suficiente.
Lula também avaliou que
Bolsonaro tem um "pepino" nas mãos para a montagem do governo em
função das divergências entre os diversos grupos que apoiaram sua candidatura e
do discurso eleitoral de não indicar ministros em troca de apoio no Congresso
.
Na segunda-feira, 29, Lula
recebeu o tesoureiro do PT, Emidio de Souza, e o advogado Luiz Eduardo
Greenhalgh, na sede da Superintendência da polícia Federal em Curitiba, onde
cumpre pena desde o dia 7 de abril. Os dois, por sua vez, fizeram relatos da
conversas a lideranças petistas.
De acordo com estes
relatos, Lula disse ter passado "dias de angústia" no final de
semana, quando é proibido de receber visitas. Ele reclamou de ter passado o dia
de seu aniversário, sábado, 27, sozinho.
Agência Estado
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