segunda-feira, 15 de outubro de 2018

➤É COMO PENSO!


Dia do Professor!

Acho que o tempo faz com que a memória da gente comece a enfraquecer aos poucos. As lembranças da infância são apenas flashes em vários momentos. Permanecem numa gaveta que nem sei onde fica, mas remetem o pensamento da gente, a saudade da gente, aos dias felizes em que começamos nossa caminhada rumo ao futuro.

Juro que não consigo lembrar muito bem de minhas primeiras professoras no Grupo Escolar Mena Barreto, em São Gabriel, mas não esqueço do avental branco e da gravata azul marinho que a gente usava naquele tempo. Lembro das maçãs e fatias de bolo que levava para a professora e das merendas que a mãe preparava com todo o carinho. Normalmente um pão com doce, enrolado naquele papel de pão que hoje acho que já nem existe mais.  Também imagino que nem existia refrigerante naquele tempo, mas se existia, o pai não tinha dinheiro suficiente para sustentar algum desejo que a gente tivesse.

Foram tempos inesquecíveis, momentos que permanecem até hoje na memória, como folhas de um arquivo que guardarei para sempre. Como as folhas, quem sabe, que caiam das árvores da Pracinha dos Amores que a gente atravessava todas os dias.

Minhas lembranças mais vivas envolvem o Ginásio Nossa Senhora da Assunção, na Glória, onde completei o Ginásio. Naquela época era assim. A gente terminava o primário, fazia o exame de admissão e entrava para o Ginásio. Depois decidia entre o Científico e o Clássico que nos levavam até a universidade.

Do Assunção, que hoje é um prédio moderno, que mudou de nome e que abriga meninos e meninas, ficaram as lembranças da juventude, as recordações do Irmãos Maristas. O Casemiro era o diretor, mas tinha o Victor, professor de francês e que a gente chamava de Je vais, o Otílio, que ensinava matemática, o professor Plácido, que ministrava aulas de música mas que sabia tudo de matemática, o Irmão Geraldo e muitos outros.

No último ano do ginásio, foi criada a Banda Marcial do Assunção e eu estava lá, na primeira fila. Também fui presidente do Grêmio Estudantil, da Comissão de Formatura e Orador da turma. Foi um ano que jamais esquecerei.

A partir dali, a vida seguiu seu rumo, eu passei a fazer parte do sistema natural de empregos, definição de caminhos e me tornei jornalista.

Quem sabe todos estejam perguntando os motivos que me levam a lembrar coisas tão antigas? É que hoje é o Dia do Professor, dia do mestre, dia de nossos pais adotivos, de quem nos orientou da melhor forma possível para a vida, nem sempre fácil, que teríamos pela frente.

Se existe alguém que merece nosso respeito, nosso carinho, nossa admiração, é o professor que, muitas vezes, nos pegou pela mão e mostrou o caminho que deveríamos seguir.

Incompreendidos, desrespeitados muitas vezes, ganhando salários aviltantes, são os professores verdadeiras bussolas de nossas vidas mostrando o rumo certo para cada um de nós.

Muito mais do que lembrança, muito mais do que amor aos que nos ensinaram a ler e escrever, abrindo portas para o nosso futuro, entendo que que o professor merece, nosso respeito.

E se a memória não me ajuda a lembrar de muitos, me ajuda a não esquecer de dizer a cada um deles, MUITO OBRIGADO!

É como penso!

Machado Filho

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