Dia do Professor!
Acho que o tempo faz com
que a memória da gente comece a enfraquecer aos poucos. As lembranças da
infância são apenas flashes em vários momentos. Permanecem numa gaveta que nem
sei onde fica, mas remetem o pensamento da gente, a saudade da gente, aos dias
felizes em que começamos nossa caminhada rumo ao futuro.
Juro que não consigo
lembrar muito bem de minhas primeiras professoras no Grupo Escolar Mena
Barreto, em São Gabriel, mas não esqueço do avental branco e da gravata azul
marinho que a gente usava naquele tempo. Lembro das maçãs e fatias de bolo que
levava para a professora e das merendas que a mãe preparava com todo o carinho.
Normalmente um pão com doce, enrolado naquele papel de pão que hoje acho que já
nem existe mais. Também imagino que nem
existia refrigerante naquele tempo, mas se existia, o pai não tinha dinheiro
suficiente para sustentar algum desejo que a gente tivesse.
Foram tempos
inesquecíveis, momentos que permanecem até hoje na memória, como folhas de um
arquivo que guardarei para sempre. Como as folhas, quem sabe, que caiam das árvores da
Pracinha dos Amores que a gente atravessava todas os dias.
Minhas lembranças mais
vivas envolvem o Ginásio Nossa Senhora da Assunção, na Glória, onde completei o
Ginásio. Naquela época era assim. A gente terminava o primário, fazia o exame
de admissão e entrava para o Ginásio. Depois decidia entre o Científico e o
Clássico que nos levavam até a universidade.
Do Assunção, que hoje é um
prédio moderno, que mudou de nome e que abriga meninos e meninas, ficaram as
lembranças da juventude, as recordações do Irmãos Maristas. O Casemiro era o
diretor, mas tinha o Victor, professor de francês e que a gente chamava de Je vais,
o Otílio, que ensinava matemática, o professor Plácido, que ministrava aulas de
música mas que sabia tudo de matemática, o Irmão Geraldo e muitos outros.
No último ano do ginásio,
foi criada a Banda Marcial do Assunção e eu estava lá, na primeira fila. Também
fui presidente do Grêmio Estudantil, da Comissão de Formatura e Orador da
turma. Foi um ano que jamais esquecerei.
A partir dali, a vida seguiu
seu rumo, eu passei a fazer parte do sistema natural de empregos, definição de
caminhos e me tornei jornalista.
Quem sabe todos estejam
perguntando os motivos que me levam a lembrar coisas tão antigas? É que hoje é
o Dia do Professor, dia do mestre, dia de nossos pais adotivos, de quem nos
orientou da melhor forma possível para a vida, nem sempre fácil, que teríamos
pela frente.
Se existe alguém que
merece nosso respeito, nosso carinho, nossa admiração, é o professor que,
muitas vezes, nos pegou pela mão e mostrou o caminho que deveríamos seguir.
Incompreendidos,
desrespeitados muitas vezes, ganhando salários aviltantes, são os professores verdadeiras
bussolas de nossas vidas mostrando o rumo certo para cada um de nós.
Muito mais do que
lembrança, muito mais do que amor aos que nos ensinaram a ler e escrever,
abrindo portas para o nosso futuro, entendo que que o professor merece, nosso
respeito.
E se a memória não me
ajuda a lembrar de muitos, me ajuda a não esquecer de dizer a cada um deles,
MUITO OBRIGADO!
É como penso!
Machado Filho
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