Eliane Cantanhêde
Apesar dos xingamentos
pelas últimas colunas, elas estavam corretas: o segundo turno está sendo
antecipado e por uma disputa voto a voto entre Jair Bolsonaro e Fernando
Haddad, o que caracteriza ou a chegada da extrema direita ou a volta do PT ao
poder. O eleitorado de Bolsonaro e de Haddad é bastante diferente. Enquanto o
capitão atinge 41% com renda familiar mensal acima de cinco salários mínimos, o
petista dispara de 10% para 27% entre os que têm renda de até um mínimo. A
curva dos dois também se cruza quando se fala em escolaridade. Enquanto
Bolsonaro sobe de 29% para 36% entre os mais escolarizados, Haddad pula de 6%
para 24% entre os menos escolarizados. Grosso modo, um é preferencialmente
candidato dos “ricos com diploma” e o outro, dos “pobres e mais ignorantes”.
A pergunta é se Bolsonaro
e Haddad bateram ou não no teto. Se é para apostar, a resposta é não, pois o
candidato do PSL sobe de pesquisa em pesquisa e, com 28%, logo bate 30%. E
Haddad, que deu salto de 11 pontos, ainda está com 19%, bem longe do porcentual
de Lula com sua candidatura fake. O resultado prático do Ibope é que o PT já
despacha emissários para os partidos adversários, especialmente PDT de Ciro,
PSDB de Alckmin e MDB de Meirelles, em busca de compromissos e apoios no
segundo turno. E, obviamente, no governo.
O segundo turno é uma
segunda eleição, com tempo de TV igual, busca de alianças e embate cara a cara
entre os candidatos. Isso tudo fará diferença, até porque, pelo Ibope, o
segundo turno está ainda mais indefinido do que o primeiro foi durante todos
esses meses, com empate entre Bolsonaro e Haddad. Mas uma coisa é certa: vai
ser uma guerra entre petismo e antipetismo.
Portal Estadão
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