A Polícia Federal
apreendeu nesta quinta-feira, 5, R$ 5 mil em dinheiro vivo na mala do deputado
federal Nelson Marquezelli (PTB-SP), durante nova fase da
Operação Registro Espúrio. Os policiais revistaram o
gabinete do deputado na Câmara, onde recolheram documentos e copiaram o
conteúdo dos computadores.
O assessor dele Jonas
Antunes de Lima foi preso e presta depoimento aos policiais, assim como
funcionários comissionados do Ministério do Trabalho, controlado politicamente
pelo PTB. O partido anunciou em nota que o ministério está à disposição do
presidente Michel Temer.
Marquezelli negou ter
feito audiências com o ministro afastado Helton Yomura e que o conheceu apenas
quando ele foi indicado para a secretaria executiva da pasta.
“Na minha mala tinha R$ 5 mil que eu uso para
viagens no interior de São Paulo”, disse Marquezelli, que vai pedir a
restituição do dinheiro ainda hoje. O deputado relatou ter sido interrogado
pelos investigadores. “Prestei meu depoimento. Citaram cinco ou seis nomes do
ministério que eu não conheço. Me informaram que o Jonas está sendo
interrogado, ele e mais 3 ou 4 funcionários do Ministério do Trabalho.”
Marquezelli afirmou que
discorda da participação do PTB no Ministério do Trabalho, pelo fato de ser
contra o aumento do número de sindicatos e a favor da reforma trabalhista. Ele
sugeriu que o partido pleiteasse outras pastas, como Esporte, Agricultura ou
Turismo.
“Nós sabemos aqui, os bastidores sabem, que
essa evolução do número de sindicatos no País, quase 18 mil sindicatos, não é
de graça. Um forçamento de barra para ter sindicato de tudo quanto é jeito”,
disse o deputado a jornalistas na Câmara. “Não há nada a temer. O gabinete é
limpo, o nosso trabalho é limpo. Mas sou deputado do PTB, estou há 36 anos no
partido e, lamentavelmente, o PTB dirigindo o MT, houve denúncias que estão sendo
investigadas. Acredito que elas não procedem, mas a PF tem que investigar, não
só o PTB, mas todos os partidos que nos últimos dez anos passaram no
ministério. O PTB nosso, nosso trabalho, nosso grupo de amigos, (tem) mãos
limpas. Pessoas corretas, que eu confio. Vamos colaborar com as investigações
que estão sendo realizadas.”
O deputado disse também
que foi questionado sobre o marco regulatório do transporte de cargas, do qual
é relator. Ele afirmou que os policiais levaram cópia do documento. “Estão
levando cópia do marco regulatório do transporte, que nós fizemos. Envolve 18
mil caminhoneiros do País. A Justiça multou várias transportadoras que
proporcionaram a greve no Estado de SP e no Brasil. Também faz parte da
investigação. Jonas atuou muito pesado nesses dois anos no marco regulatório do
transporte e teve muitos contatos com sindicatos, associações cooperativas ele
conhece e pode dar informações que serão úteis no caminho da investigação.”
Agência Estado
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