Geraldo Alckmin (PSDB) - Foto: Estadão/Reprodução |
Na véspera da convenção
que vai oficializar a candidatura de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República, o
Centrão mudou de lado nas eleições 2018 e
decidiu fechar aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin,
pré-candidato do PSDB. A reviravolta de última hora ocorreu depois que o PR,
chefiado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, se juntou ao bloco, formado por
DEM, PP, Solidariedade e PRB.
Em reunião realizada nesta
quinta-feira, 19, em São Paulo, dirigentes do Centrão disseram a Alckmin que,
se não houver nenhum obstáculo no meio do caminho, o acordo pode ser anunciado
oficialmente no próximo dia 26. Nos bastidores, três presidentes de partidos
disseram que
a aliança do bloco com o PSDB já está acertada. O candidato a vice na chapa do
tucano será o empresário Josué Gomes da Silva (PR),
filho do ex-vice-presidente José Alencar, morto em 2011.
No mercado eleitoral, o
apoio do Centrão é visto como muito importante na disputa pela Presidência.
Juntos, os partidos têm no mínimo 4 minutos e 12 segundos por dia no horário
eleitoral de rádio e TV, que começa em 31 de agosto. O PR dispõe de mais
preciosos 45 segundos. Na Câmara, esses partidos somam uma bancada de 164 dos
513 deputados.
A mudança do bloco, que
até os últimos dias estava inclinado a avalizar a candidatura de Ciro, foi
resultado de uma soma de fatores políticos. O peso maior, porém, é atribuído a
Valdemar, que atuou como uma espécie de fiel da balança no bloco e exigiu
composição com Josué de vice.
Alckmin desmarcou
compromissos em Montes Claros (MG), ao lado do senador Antonio Anastasia –
pré-candidato do PSDB ao governo de Minas – para conversar ontem com
representantes do Centrão.
Antes, o PR negociava
apoio a Jair Bolsonaro,
presidenciável do PSL, que está em primeiro lugar nas pesquisas em cenário sem
a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
condenado e preso da Lava Jato, na disputa
eleitoral. Como a aliança com Bolsonaro não vingou, Valdemar se juntou ao
Centrão.
Um jantar com integrantes do
bloco, na casa do senador Ciro Nogueira (PP-PI), na
quarta-feira, praticamente selou o destino do grupo. Ali, Valdemar manifestou
sua preferência por Alckmin, em vez de Ciro, mas disse que seguiria a posição
do bloco, qualquer que fosse. Sua única exigência era fazer Josué vice de
alguma das chapas.
Agência Estado
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