O general de Exército Luiz
Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste, citou a
proximidade das eleições 2018 para
afirmar nesta sexta-feira, 27, que “a lei tem de ser cumprida,
independentemente de quem está sendo atingido por ela”. “Não podemos transigir
com as leis vigentes, buscando atender a interesses pessoais ou até mesmo
político-partidários. Todos nós, militares ou civis, estamos sob o jugo do
império da lei”, disse na solenidade do aniversário do Comando Militar do
Sudeste.
A 20 dias do início da
campanha eleitoral, o pronunciamento do general vai na mesma linha da
manifestação feita pelo comandante da Força, o general Eduardo Villas Bôas, na véspera da
análise pelo Supremo Tribunal Federal de um
habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e
preso na Operação Lava Jato.
Em abril, Villas Bôas
afirmou no Twitter que compartilhava “o anseio de todos os cidadãos de bem de
repúdio à impunidade e de respeito à Constituição”.
A fala de Ramos indica
preocupação com eventual revisão pelo Supremo da autorização para a prisão após
condenação em segunda instância. Mesmo preso e potencialmente atingido
pela Lei da Ficha
Limpa, Lula é mantido como pré-candidato à Presidência pelo
PT.
Ramos discursou de
improviso na cerimônia. “Na preparação da cerimônia, eu disse: ‘não vou
escrever nada, quero falar com o coração’.
Os senhores que estão em
forma são descendentes de heroicos militares que no passado defenderam os
ideais democráticos”, disse o general. Era o começo de um pronunciamento
sobretudo político. “As tropas do Comando Militar do Sudeste sempre nortearam
os seus valores, como diz o general Villas Bôas, pela legalidade, pela
legitimidade e pela estabilidade.”
Próximo do comandante do
Exército, Ramos citou o chefe três vezes em seu discurso, uma fala que, segundo
auxiliares, era dirigida à tropa bem como à população do Estado. “Estamos nos
aproximando de um período muito importante para o nosso país, o das nossas
eleições. Esse é o regime democrático em que nós temos de respeitar o resultado
das urnas. Todos nós, do soldado ao general mais antigo”, continuou o general antes
citar o comandante do Exército pela última vez e se encaminhar para o discurso
de nove minutos.
“Nosso comandante, o
general Villas Bôas afirma: ‘Não há atalho fora da democracia ou da nossa
Constituição’. Não temos lado. Quando me perguntam, general, qual o seu
partido, qual o seu candidato? Eu digo: meu partido é a Pátria; meu candidato é
o Exército brasileiro.”
Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário