segunda-feira, 25 de junho de 2018

➤Ricardo Noblat

O que esperar das urnas de outubro

A insatisfação do brasileiro com os políticos e sua pouca disposição para votar ficaram demonstrados mais uma vez na eleição suplementar em segundo turno para governador realizada, ontem, no Estado do Tocantins.

Mais da metade dos eleitores aptos a votarem preferiu não fazê-lo. Ou votou em branco. Ou anulou o voto. No primeiro turno, em junho último, os dois candidatos mais votados tiveram, juntos, 302 mil votos. Abstiveram-se 305 mil eleitores.

No ano passado, em eleição suplementar em segundo turno para governador do Amazonas, quase metade dos eleitores – mais de um milhão – absteve-se. Ou votou em branco. Ou anulou o voto. Tem sido assim nas eleições de 2016 para cá.

Também ontem, 34% dos eleitores de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, recusaram-se a escolher o novo prefeito da cidade. Em Rio das Ostras, também no Rio, a abstenção na eleição para prefeito foi de 21%. Votos nulos e brancos, 14%.

Há três meses, o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) ouviu 1.200 eleitores para avaliar seus sentimentos em relação às eleições de outubro próximo. 83% dos pesquisados disseram ter emoções negativas.

Que emoções negativas? Preocupação (33%), indignação ou raiva (27%), tristeza (12%) e medo (11%). Nada sugere que até outubro possa haver uma reversão em um quadro de tamanha descrença, desinteresse e falta de esperança no ato de votar.

Portal Revista VEJA

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