Foto: Agência Brasil/Reprodução |
Pressionado de ambos os lados, por empresários
e caminhoneiros, o governo federal foi obrigado na quinta-feira,
7, a revogar a nova versão da tabela do preço mínimo do frete poucas horas
após publicar a resolução. No fim da noite de quinta, o ministro dos
Transportes, Valter Casimiro, se reuniu com os representantes dos
caminhoneiros, que estavam insatisfeitos com as mudanças promovidas na tabela
anterior. De acordo com a revisão feita pela Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT), o preço do frete seria reduzido em média em 20%.
A reunião com o ministro foi gravada pelos
caminhoneiros, que já articulavam pelos grupos de WhatsApp uma nova paralisação
a partir de segunda-feira. No vídeo, a que o Estado teve acesso, o
ministro afirma que os representantes reclamaram de alguns pontos da resolução
e que, por isso, uma nova reunião foi marcada para esta sexta-feira, 8, às 9
horas na ANTT para rediscutir o tema.
“O
Ministério dos Transportes e a ANTT decidiram tornar a resolução sem efeito
para que amanhã (esta sexta-feira) as lideranças possam ir à agência discutir a
questão e a metodologia da tabela para ser publicada novamente”, disse o
ministro aos representantes. Segundo ele, a intenção é fazer uma tabela
factível e que represente o custo do transporte de carga no Brasil. Portanto,
essa resolução está revogada e a tabela antiga volta a valer até que a ANTT
publique uma nova versão.
A tabela do preço mínimo é considerada a
grande vitória dos caminhoneiros nos últimos tempos e nenhum profissional da
categoria está disposto a abrir mão dos benefícios prometidos pelo governo para
interromper a greve. A principal munição dos caminhoneiros para pressionar o
governo é uma nova paralisação – e eles estão dispostos e articulados para
novos protestos.
Do outro lado, no entanto, o governo enfrenta
a forte pressão do setor produtivo, em especial do agronegócio, que depende do
transporte rodoviário. Na quinta-feira, mesmo depois da nova resolução, as
empresas continuavam insatisfeitas. Elas consideraram o corte – em média de 20%
– insuficiente e ameaçam dar início a uma avalanche de ações judiciais.
Agência Estado
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