Definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na
semana passada, a restrição no alcance do foro privilegiado para
congressistas ameaça ao menos sete deputados gaúchos (veja relação abaixo).
Pelo novo entendimento, os processos dos parlamentares de cinco legendas devem
deixar a Corte e “descer” para instâncias inferiores.
De acordo com a decisão, senadores e deputados federais
só serão julgados pelo STF quando os crimes ocorrerem durante o mandato e
relacionados ao exercício da função. Há expectativa de que mais de 90% das
investigações desse grupo acabem redistribuídas para varas de 1ª instância.
Devem deixar o Supremo:
Alceu Moreira (MDB)
Investigado por suposta influência na liberação de
recursos para a pavimentação da RS-494, entre Mampituba e Morrinhos do Sul, em
benefício da MAC Engenharia e Construções Ltda. O processo teve início no
Tribunal de Justiça em 2011.
José Stédile (PSB)
Investigado por suposta participação na aquisição de
títulos da dívida pública pelo Fundo Municipal de Assistência e Previdência do
Servidor Público por meio de uma corretora de valores e câmbio na época em que
era prefeito de Cachoeirinha. Processo foi iniciado no âmbito estadual.
Paulo Pimenta (PT)
Investigado por lavagem de dinheiro – não há detalhes do
processo no sistema do STF. Iniciou a tramitação na 1ª Vara Federal de
Uruguaiana.
Yeda Crusius (PSDB)
Investigada por ter recebido supostamente R$ 950 mil da
Odebrecht em 2006 e 2010 para garantir que a Braskem, controlada pela
empreiteira, seguisse recuperando créditos de ICMS no Estado. Ao Ministério
Público Federal, três delatores mencionaram o pagamento de caixa 2 para a
campanha ao governo gaúcho – o que evidenciaria
não ter relação com o
mandato parlamentar.
Em dúvida:
Marco Maia (PT)
Investigado por suposto caixa 2 na campanha à Câmara em
2014. De acordo com o delator Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações
Institucionais da Odebrecht, o deputado teria recebido R$ 1,35 milhão por meio
do setor de propina da empreiteira. No sistema, seria identificado como
“Gremista”. Há dúvidas se caixa 2 estaria relacionado ao mandato, mesmo que
Maia estivesse concorrendo à reeleição naquele período.
Maria do Rosário (PT)
Investigada por ter recebido supostamente R$ 150 mil em
caixa 2. No sistema da empreiteira, seria identificada como “Solução”. Há
dúvidas se o caixa 2 estaria relacionado ao mandato, mesmo que estivesse
concorrendo à reeleição.
Onyx Lorenzoni (DEM)
Investigado por ter recebido supostamente R$ 175 mil em
caixa 2 em 2006, diz a delação de Alexandrino Alencar, da Odebrecht. Há dúvidas
se o caixa 2 estaria relacionado ao mandato, mesmo que estivesse concorrendo à
reeleição.o Supremo:
Pode permanecer no Supremo:
José Otávio Germano (PP)
Investigado pelo recebimento de vantagem indevida
decorrente da cobrança de percentuais sobre contratos firmados pela Diretoria
de Abastecimento da Petrobras entre 2006 e 2014. O crime teria ocorrido durante
o mandato.
ZH/Agência Brasil
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