O juiz federal Sergio Moro decidiu tornar o
ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e
outros nove réus por suspeita de corrupção. Moro aceitou denúncia apresentada
pelo Ministério Público Federal (MPF),
que o acusa de corrupção passiva pela compra de 50% da refinaria de Pasadena,
no Texas, pela Petrobras.
Para facilitar o negócio, os suspeitos, também
denunciados por lavagem de dinheiro, teriam recebido 17 milhões de dólares em
propina.
Como entre os acusados estão delatores, caso de Delcídio,
Moro fez constar na decisão que “essa condição não impede a denúncia, sem
prejuízo de que ao final lhes sejam outorgados os benefícios legais”. ”Esses
elementos dão suficiente amparo probatório à denúncia, sem prejuízo da
necessidade de avaliação das provas após o contraditório.”
Segundo a denúncia, em 2005, Alberto Feilhaber,
vice-presidente da Astra Oil na época, pactuou com o então gerente executivo da
Diretoria Internacional Luis Moreira o pagamento de propina de 15 milhões de
dólares para que funcionários da Petrobras atuassem em favor dos interesses da
empresa belga no processo de compra de 50% da refinaria de Pasadena pela
estatal.
Os valores de propina recebidos foram divididos entre
ex-funcionários da Petrobras que participaram ativamente do processo de compra
e venda: Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Luis Carlos Moreira, Carlos
Roberto Martins Barbosa, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e
Aurélio Oliveira Telles.
Além dos ex-empregados, outras pessoas que tiveram
participação no esquema também se beneficiaram com parte dos valores: o
consultor Cezar de Souza Tavares, os operadores financeiros Fernando Soares e
Gregório Marin Preciado e o próprio Alberto Feilhaber.
O ex-senador Delcídio do Amaral recebeu parcela desse
montante, em razão de acordo que mantinha com os ex-diretores da Petrobras
Nestor Cerveró e Renato Duque, assim como por ter tido atuação fundamental na
nomeação de Cerveró para a Diretoria Internacional da Petrobras, responsável
pela compra, segundo narra o MPF.
Por força do acerto, Delcídio teria sido agraciado com ao
menos 1 milhão do total de 15 milhões de dólares acertados
inicialmente. De acordo com a denúncia, ainda houve a ocorrência de acerto
adicional de propina, também em 2005, no valor de 2 milhões de dólares, feito
entre Alberto Feilhaber e os então funcionários da Petrobras Carlos Roberto
Martins Barbosa e Agosthilde Monaco.
Com Revista VEJA
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