Acabaram-se as férias, terminou o horário de verão, o
carnaval já era pelo menos para alguns, e a segunda-feira, que já começa
extremamente quente, nos traz de volta à realidade. Estamos recomeçando.
Durante o período em que fiquei mais devagar do que o
normal, aproveitei para colocar algumas coisas em dia, pelo menos na cabeça,
raciocinando sobre o momento que vivemos no Brasil. Fora, é claro, o cotidiano
que não nos permite grandes mudanças.
Já nem vou falar na Reforma da Previdência já que este
foi assunto permanente em todos os noticiários e rodas de conversas. Muitas
opiniões contra, algumas a favor, mas a grande maioria sem um embasamento
sério, sem coloração partidária, sem emoção e, principalmente, sem conhecimento
profundo do que realmente está por ser reformado.
Muita gente é contra por ser contra, afinal, não se pode
dar qualquer tipo de vantagem ao adversário. Se a reforma for ruim, culpa de
quem governa, se for boa, nada de ser aprovada.
Vou tentar falar um pouco, sem emitir uma opinião que
tenho, mas que certamente provocaria mal entendidos de todos os lados, ou de
alguns lados claramente identificados. Mas vamos lá.
Durante não sei quanto tempo, o Brasil inteiro ficou apavorado
com o que vem acontecendo no Rio de Janeiro em termos de violência urbana.
Favelas, agora chamadas de comunidades, tomadas por bandidos, comandadas por
facções criminosas, dominadas por policiais corruptos, com incontáveis números
de mortos, transformaram nossa cidade então maravilhosa, em reduto de
assassinatos, trombadinhas, criminosos, roubos, balas perdidas e de tudo que
significa insegurança absoluta.
Tudo sob olhares complacentes de políticos tão ou mais
corruptos do que quem faz parte diretamente do crime. São verdadeiros marginais
comandando ou fazendo vistas grossas, por absoluta incompetência ou proveito
próprio, para a total insegurança que tomou conta de um Estado literalmente
roubado por um grupo de companheiros.
Durante não sei quantos meses, todos comentaram, todos
escreveram, todos falaram sobre a necessidade de se fazer alguma coisa para
acabar com a criminalidade no Rio. Todos queriam uma solução, um fim para a
onda de crimes. Alguma coisa precisava ser feita, mas ninguém fez!
Pois bem, o presidente Michel Temer, golpista para
muitos, incompetente para vários, decidiu decretar uma intervenção na (in)
Segurança do Rio. O Exército tomará conta e ficará lá durante o tempo que for
necessário para tentarlimpar um pouco da sujeira que se instalou na maioria dos
setores cariocas.
Pois bastou ser anunciado o decreto para que muitos,
principalmente os que nunca fizeram nada para terminar com o crime, saltarem,
gritarem, se posicionarem contra. Até o dia de anuncio do decreto de
intervenção, os que hoje se dizem contra, que criticam o governo, jamais
ofereceram qualquer sugestão de como acabar com a violência.
Apareceu até uma “especialista em segurança”, que nunca
falou para sugerir alguma solução, que nunca disse que tal providência seria
necessária para acabar com a criminalidade, criticando violentamente a
intervenção que, repito, não sei se é boa ou ruim, mas sei que é uma providência
que surge em meio ao verdadeiro oásis de ideias para solucionar a barbárie em
que se transformou o Rio de Janeiro.
Alegações de que o decreto tem finalidades políticas,
perdem força quando se sabe que somente uma ação governamental diante da
inércia e impossibilidade da sociedade, pode ser aplicada num caso gravíssimo
como o do Rio. Os efeitos da ação política serão julgados logo ali adiante. Ou
não.
Será que, caso o governo federal não decretasse a
intervenção, alguém estaria gritando teses, defendendo o indefensável, criticando
providências sem nenhuma participação ou ideia de participação que ajudasse a
acabar com a violência no Rio? Não falo dos que tem posição firmada faz muito
tempo, mas sim dos aproveitadores que tentam ganhar dividendos, principalmente
políticos, criticando uma providência que nem sabem se dará certo ou não.
Parecem torcedores de times de futebol, que, depois de
uma derrota, se voltam contra o treinador e elucubram diversas formações
táticas. São os entendidos que não entendem nada, mas que exaltam os atletas e
o técnico em caso de vitória. Se bem que, no caso da violência no Rio, se der certo,
não sei se aparecerá alguém para admitir o acerto da decisão do governo.
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