BC cobra corte de juros do cheque especial
Pressionados pelo governo, os bancos assumiram o compromisso de a dotar novas
regras para o cheque especial com objetivo de reduzir os
juros aos clientes. A iniciativa foi revelada, ontem, dia 16, pelo presidente
do Banco Central, Ilan Goldfajn, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A ideia é
que essa modalidade seja usada por um tempo limite, para evitar que a dívida
vire uma bola de neve.
“O cheque especial é um instrumento que tem de ser
estudado e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) está avaliando
mudanças”, disse Ilan. “A gente está de olho e, às vezes, é bom que o BC não
precise editar norma nenhuma e deixe o sistema fazer”, disse. No entanto, segundo
ele, se a iniciativa não avançar, o BC adotará medidas para reduzir as taxas.
No ano passado, o governo já havia determinado mudanças
nas regras do rotativo do cartão de crédito para evitar o aumento da dívida.
Com a mudança, o consumidor só pode fazer o pagamento mínimo de 15% do cartão
por um mês. Na fatura seguinte, o banco não pode mais rodar a dívida. Ou o
cliente paga o valor total ou precisa parcelar a dívida em outra linha de
crédito. Ou seja, a dívida só pode “rodar” uma vez. A restrição foi criada para
coibir o uso do rotativo e obrigar os bancos a oferecerem uma solução de
parcelamento para o cartão com juros mais baixos.
PGR quer Jorge Picciani preso: 'Monumental
esquema de corrupção'
O Ministério Público Federal (MPF) emitiu parecer ao
Supremo Tribunal Federal (STF) em que pede a rejeição do habeas corpus
protocolado pela defesa do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), preso na Operação
Cadeia Velha.
O documento obtido pelo G1 é da Procuradoria-Geral
da República (PGR), assinado pela subprocuradora-geral Cláudia Sampaio Marques
e datado do último dia 11. Nele, o MPF diz ter havido na Alerj um
"monumental esquema de corrupção" iniciado nos anos 90 que durou até
2017.
A PGR se diz contrária ao habeas corpus até que o caso
seja julgado no STJ, onde a prisão foi mantida. Picciani é acusado de receber
propina para defender interesses de empresários de ônibus na Alerj, lavando
dinheiro inclusive através da compra e venda de gado.
"Trata-se de esquema consolidado no âmbito da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, sob o comando do paciente
(Jorge Picciani) e dos demais parlamentares ouvidos", escreve a
subprocuradora em alusão a Paulo Melo, ex-presidente da Casa, e Edson Albertassi,
ambos do PMDB.
Os dois também estão presos em decorrência da Cadeia
Velha. "Necessária a prisão não somente para fazer cessar a prática
delitiva como também para permitir que as investigações transcorram sem os
percalços que ocorreriam com a liberdade dos investigados", conclui a PGR.
RS quer fechar prédios públicos para julgamento
A Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul
pediu o fechamento de todos os prédios públicos do Parque Maurício Sirotsky
Sobrinho, conhecido como Parque da Harmonia, no entorno da sede do Tribunal
Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. A 8.ª Turma Penal da
Corte vai analisar, no dia 24, um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
O petista foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelo
juiz Sérgio Moro, da Lava Jato em Curitiba, no caso do
triplex no Guarujá (SP). A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR),
afirmou nesta terça-feira, 16, ao site Poder 360 que, “para prender Lula, vai
ter que matar muita gente”. Em uma rede social, ela ainda bateu boca com o
prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Jr. (PSDB).
A uma semana do julgamento, o esquema de segurança foi
reforçado em Porto Alegre. O efetivo foi aumentado na área do tribunal. A
Brigada Militar está de prontidão no local e equipes da Polícia Federal e até
do Exército já estão em atividade. Estão previstas manifestações contra e a
favor do petista.
O secretário Cezar Schirmer disse ao Estado que já pediu, por
meio de ofício, a suspensão das atividades dos órgãos públicos instalados no
parque. Incra, Receita Federal, IBGE e Serpro – empresa federal de processamento
de dados – deverão fechar na véspera e no dia do julgamento. Ele afirmou também
que já recebeu sinalização de que o pedido será atendido.
Temer determina afastamento de quatro vices da Caixa
O presidente Michel Temer determinou
ao ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, e ao presidente da Caixa
Econômica Federal, Gilberto Occhi, o afastamento
por quinze dias de quatro dos vice-presidentes do banco para que apresentem
suas defesas diante das denúncias apresentadas pelo
Ministério Público Federal (MPF), informou o Palácio do Planalto em nota nesta
terça-feira.
A decisão ocorreu após reunião do presidente do Banco
Central, Ilan Goldfajn, com Occhi nesta terça-feira. Segundo fonte ouvida pela
agência Reuters, o próprio BC pediu a destituição de todos os
vice-presidentes do banco estatal.
A decisão atinge os quatro vice-presidentes da Caixa que
estão sendo investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. No
total, o banco tem doze vices. O pedido de afastamento dos dirigentes foi feito
em dezembro e assinado pelas forças-tarefa das operações Greenfield, Cui Bono?
e Sépsis – as duas últimas derivadas da primeira. Até a semana passada,
porém, Temer vinha se recusando a acatar a recomendação do MPF.
A Operação Sépsis apura desvios no FI-FGTS e a Cui Bono?
analisa desvios em liberações de créditos a grandes empresas. O banco público
também é investigado na Operação Patmos, que, em uma de suas vertentes,
investiga desvios praticados por Geddel Vieira Lima e Fábio Cleto. Personagens
políticos como os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) e Henrique
Eduardo Alves (PMDB) estão presos por supostos desvios na Caixa, alvos dessa
operação.
Mortes por febre amarela aumentam cinco vezes em uma
semana
Desde julho de 2017 já foram registradas 20 mortes por
febre amarela no Brasil. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde em
entrevista coletiva hoje (16). O último boletim epidemiológico, atualizado no
dia 8 deste mês, mencionava quatro vítimas da doença. Ou seja, os óbitos
registrados aumentaram cinco vezes. Os números foram apresentados pelo ministro
interino da Saúde, Antônio Carlos Nardi.
Quando considerados os casos confirmados, o crescimento
entre o boletim anterior e o atual também é representativo. No comunicado do
dia 8, havia 11 registros. No documento desta terça-feira, o número saltou para
35, uma ampliação de 320%. Os incidentes ocorreram em matas, não havendo
notificação até agora em áreas urbanas. Entre julho de 2016 e janeiro de 2017,
houve 271 casos e 99 mortes, em um período marcado por um surto da doença.
O número de casos confirmados ainda pode aumentar, pois
há 145 episódios em investigação por equipes de secretarias de Saúde. Entre
julho de 2017 e janeiro deste ano foram notificados 470 casos suspeitos. Deste
total, 290 já foram descartados. Questionados na entrevista coletiva hoje (16),
os representantes do Ministério da Saúde evitaram falar em “surto”, mas
classificaram o fenômeno de um “aumento de incidência da doença”.
A situação é mais grave nos estados de São Paulo (20 casos
e 11 mortes), Minas Gerais (11 casos e 7 mortes), Rio de Janeiro (3 casos e 1
morte) e DF (1 caso e 1 morte). Em razão do aumento dos casos, a Organização
Mundial da Saúde classificou hoje o conjunto do estado de São Paulo de área
de risco e recomendou a viajantes internacionais tomar vacina
específica e se imunizar contra o vírus.
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