sábado, 6 de maio de 2017

➤Resposta a Lula

Doria exibe carteira de trabalho


Chamado de "almofadinha e coxinha" e acusado de não ter 
carteira de trabalho, prefeito disse que o ex-presidente é mentiroso, covarde e desinformado

João Doria não demorou a responder às provocações feitas pelo ex-presidente Lula em um congresso do PT. Por meio de suas redes sociais, o prefeito de São Paulo exibiu neste sábado a sua carteira de trabalho e chamou Lula de mentiroso, covarde e desinformado.

Em evento na última sexta-feira, Lula atacou a imprensa, Jair Bolsonaro e ainda ironizou a campanha do prefeito paulistano. “Um almofadinha, um coxinha ganha as eleições em São Paulo se fazendo passar junto ao povo mais humilde por João Trabalhador. Se encontrarem com ele por aí, perguntem se ele já teve uma carteira profissional assinada”, esbravejou.


Em um breve vídeo, Doria rebateu. “Tá aqui minha carteira de trabalho, eu com 13 anos de idade já trabalhava. Fazia o que poucas vezes você já fez na sua vida. Eu trabalho honestamente e sou decente, diferente de você”, disse em um dos trechos. 

➤BOA NOITE!


Mireille Mathieu (Avinhão, 22 de julho de 1946) é uma cantora francesa com uma carreira nacional e internacional de mais de cinquenta anos, condecorada com a Légion d'Honneur.
Nos seus mais de 50 anos de carreira, Mireille já vendeu mais de 190 milhões de cópias de seus discos, gravou mais de 1200 músicas, em nove línguas e foi a primeira artista do ocidente a fazer um concerto de música popular na China.
Comemorou 40 anos de carreira em 2005, com grande apresentação no “Olympia”, onde foi gravado seu primeiro DVD, “Mireille à l’Olympia”, além de um CD, que lhe deu o prêmio “Disque d’Or”.
Em 2007, participou de um super espetáculo de televisão na Alemanha, um dos países de público mais fiel, para receber o prêmio de “Melhor Cantora Internacional do País”.

Neste domingo (7), os franceses decidirão quem querem para presidir um dos países mais importantes do mundo, eleição que poderá ter reflexos em toda a Europa. Em homenagem aos que se preocupam com as coisas do mundo e, principalmente, aos francês, selecionei para hoje um vídeo antigo de Mireille Mathieu cantando La Marseillaise, o belíssimo hino da França.


➤Congresso do PT

Ameaçador, Lula ataca imprensa, Dória e Bolsonaro


O ex-presidente Lula discursa durante Congresso do PT, no sindicato 
dos Bancários na rua Tabatinguera, em São Paulo - 05/05/2017  
Foto Reuters/Reprodução


No dia em que o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque disse à Lava Jato que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha “pleno conhecimento” do esquema de corrupção na estatal, o petista partiu para o ataque contra a imprensa.

Em discurso na abertura do Congresso estadual do PT, em São Paulo, Lula prometeu “regulamentar os meios de comunicação” caso seja eleito em 2018. A medida é um pleito antigo dos setores mais radicais do PT que tanto Lula quanto a ex-presidente Dilma Rousseff rejeitaram durante os 13 anos de mandato da legenda. O petista reclamou da cobertura da imprensa na Lava Jato e ironizou: “As manchetes dos jornais diziam que o PT acabou e diziam que amanhã o Lula vai ser preso. Faz dois anos que eu estou ouvindo isso. Se eles não me prenderem logo, quem sabe um dia eu mando prendê-los pelas mentiras que eles contam”.

Depois de ter se comparado a uma jararaca, Lula usou seu crescimento nas pesquisas para se comparar a um mandacaru, espécie de cactus típico do sertão nordestino. “O que eles não sabem é como o mandacaru sobrevive. Ele não precisa de muita água e eu não preciso de imprensa, preciso olhar nos olhos de vocês.”

O petista também teceu críticas a dois possíveis adversários na disputa presidencial de 2018, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o prefeito de São Paulo João Dória (PSDB). Lula declarou que o surgimento “de um fascista que é o Bolsonaro” é resultado da “destruição da política” causada pela Lava Jato. Sobre Dória, o petista afirmou: “Um coxinha ganhou as eleições em São Paulo se fazendo passar por ‘João Trabalhador’. Se alguém encontrar com ele pergunte se já teve uma carteira assinada na vida”.
Agência Estado

➤Crise na Venezuela

Mulheres marcham contra a repressão e pedem paz


Grupo protesta contra conduta do governo chavista de Maduro. 
Até este sábado (6), 37 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas em outras manifestações no país

Mulheres saíram às ruas neste sábado (6), na Venezuela, em uma marcha para para pedir o fim da violência e para exigir o encerramento do que chamam de "selvagem repressão" do governo chavista aos opositores.

Lideradas por deputadas e outras líderes da oposição, centenas de mulheres marcharam até a sede do ministério do Interior e da Justiça, no centro de Caracas, para rejeitar a atuação das forças de segurança, que dispersam com frequência os protestos contra o governo com gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos de água.
Manifestações similares foram convocadas em outras cidades.

Os protestos contra o presidente Nicolás Maduro, exigindo eleições gerais como solução para a crise política e econômica no país, deixaram 37 mortos e centenas de feridos e detidos, de acordo com a Procuradoria.

"A ditadura vive seus dias finais e Maduro sabe. Por esta razão, vemos esses níveis sem precedentes de repressão. Então, hoje é a vez das mulheres avançarem", declarou à agência de notícias AFP a ex-parlamentar María Corina Machado.
Por sua vez, Asia Villegas, vice-ministra da Igualdade de Gênero, disse que as mulheres oficialistas caminhariam até a Defensoria Púbica, igualmente no centro da capital, onde os protestos da oposição não conseguem chegar.


"Nós não queremos propiciar a guerra, estamos comprometidos com a paz", declarou Villegas na mobilização, que vai entregar um documento com denúncias de mulheres que foram "vítimas do fascismo", como o governo se refere às ações da oposição.

Maduro descarta convocar eleições gerais. Em vez disso, entregou na quarta-feira passada um decreto de convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para reformar a Constituição.

Metade dos 500 membros da assembleia seriam eleitos por setores - que a oposição diz que são controlados pelo governo - e metade pelo voto municipal.

De acordo com o líder da oposição Henrique Capriles, com a sua Constituinte Maduro pretende apenas evitar as eleições.

A Constituinte "acaba por não ser uma eleição democrática, universal, direta e secreta", declarou Capriles à AFP.

Maduro, por sua vez, argumenta que a Constituinte "conciliaria" o país e reduziria o que chama de "ofensiva da direita opositora", que segundo ele pretende derrubá-lo e propiciar uma intervenção dos Estados Unidos para se apropriar das maiores reservas de petróleo do mundo.

Embaixadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmaram à AFP em Washington que os planos para uma reunião de chanceleres estão sendo mantidos para discutir a crise na Venezuela, apesar da decisão de Maduro de deixar o bloco.

Julio Borges, presidente do Parlamento de maioria opositora, reuniu-se na quinta-feira com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e com o vice-presidente americano Mike Pence, para explicar a "grave situação que existe na Venezuela pela ruptura da ordem constitucional e violação dos direitos humanos".
AFP

➤Depoimento

Resumo do que Duque falou para Moro

O ex-diretor da Petrobras Renato Duque afirmou nesta sexta-feira em depoimento ao juiz Sergio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento do esquema de propinas na Petrobras e que comandava tudo. Segundo Duque, Lula teria dito que ele não podia ter contas no exterior. O ex-presidente quis saber detalhes para onde foi mandado o dinheiro referente às propinas dos contratos de sondas da Petrobras com a Sete Brasil, e recomendou: "Você não pode ter contas no exterior, entendeu?", teria dito Lula, segundo Duque ao relatar um encontro com o ex-presidente, em julho de 2014, num hangar da TAM no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Em nota, o ex-presidente diz que o depoimento de Duque é mais uma tentativa de fabricar acusações contra ele.

— No último encontro em 2014, já com a Lava Jato em andamento, ele (Lula) me chama em São Paulo. E tem (comigo) uma reunião no hangar da TAM em Congonhas. E ele me pergunta se eu tinha uma conta na Suíça com recebimentos da empresa SBM. Disse que a então presidente Dilma tinha recebido a informação de que um ex-diretor da Petrobras teria recebido dinheiro numa conta na suíça dessa SBM. Eu falei não, nunca recebi dinheiro da SBM. Aí ele vira pra mim e fala assim: ‘E das sondas, tem alguma coisa?’ E tinha, né? Ele falou assim: ‘Olha, presta atenção no que vou te dizer. Se tiver alguma coisa, não pode ter. Não pode ter nada no teu nome, entendeu?’ Eu entendi. Mas o que eu iria fazer? — disse Duque a Moro.

Ele tinha conhecimento de tudo

Segundo Duque, Lula teria dito que iria conversar com a presidente Dilma, que estaria preocupada com esse assunto.
— Nessas três vezes (três encontros com Lula) ficou claro para mim que ele (Lula) tinha o conhecimento de tudo e que detinha o comando.
Enquanto explicava sobre propinas que recebia quando era diretor, o juiz quis saber quem tinha conhecimento a respeito do funcionamento do esquema dentro do PT. Duque foi direto:
— Todos sabiam. Todos do partido, desde o presidente do partido, tesoureiro, secretário, deputado, senadores. Todos sabiam que isso ocorria.

Parte para PT, restante para Lula e Dirceu


Duque contou que, na negociação das sondas, João Vaccari perguntou a Pedro Barusco como estava a questão da participação das empresas no "dinheiro ilícito". Barusco teria dito que tinha fechado com todos os estaleiros uma participação de 1% (de propina) no valor dos contratos, à exceção dos estaleiros Kepper e Jurong, que teriam acertado percentual de 0,9%. Na conversa, Barusco teria proposto a divisão meio a meio — metade para "Casa" (os executivos da Sete Brasil e da Petrobras), e metade para o PT.
— Pela primeira vez em todos esses anos, o Vaccari não deu posição final. Neste assunto específico vou consultar o "doutor", essa era a forma que ele se referia a Palocci. Porque o Lula encarregou o Palocci de cuidar desse assunto — relatou Duque.
Segundo Duque, Vaccari teria informado que a divisão seria um terço da propina das sondas seria para "casa" e dois terços para o PT. Na ocasião, Duque disse que Vaccari o informou que, da parte do PT, uma parcela ficaria com o partido e o restante para Dirceu e Lula, sendo que a parte do Lula seria gerenciada por Palocci.
— Na época eu conversei com Barusco e passei essa informação para ele. Falei que ele não estava lidando com peixe pequeno.

Esquema envolvia Paulo Bernardo

Duque contou também ter sido chamado a Brasília em 2007, pelo então ministro Paulo Bernardo, que teria lhe dito que ele passaria a ser procurado por uma pessoa, que cuidaria de receber a propina das empresas. A partir de então, explicou, passou a ser procurado por João Vaccari Neto, que assumiu também como tesoureiro do PT.
— A partir de então passei a ser procurado por Vaccari, que tinha uma capacidade tão grande de interlocução, que às vezes ele sabia muito mais de resultado de licitação do que eu mesmo - disse Duque, acrescentando que Vaccari normalmente já sabia quem havia ganhado a licitação e procurava diretamente as empresas - nem sempre precisava que ele, como diretor da Petrobras, lhe passasse as informações.

Sou um ator pequeno


Esta é a primeira vez que Duque fala a Moro. O ex-diretor da Petrobras já foi condenado na Lava-Jato e tenta fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
— Queria deixar claro, meritíssimo, que cometi ilegalidades. Quero pagar pelas ilegalidades, mas pelas ilegalidades que eu cometi. Sou ator, tenho um papel de destaque nessa peça, mas eu não fui nem o diretor, nem o protagonista dessa história. Quero pagar pelo que eu fiz. Hoje já estou há mais de dois anos e dois meses em prisão preventiva — disse Duque, acrescentando que pretende fazer uma delação premiada:

— Quero disponibilizar todas as provas que eu tiver. Eu estou aqui para passar essa história a limpo. Hoje eu sou o preso com mais tempo, isso tem a decorrência de um sofrimento pessoal, mas principalmente da família, então era isso que eu queria falar.
Agência Globo