segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

➤Propina da JBS

Auditor comprou imóveis e carros

Foto:PF Divulgação/Reprodução
Alvo principal da operação Baixo Augusta, realizada nesta segunda-feira (11) pela Polícia Federal, um auditor fiscal da Receita Federal é suspeito de construir um vasto patrimônio a partir das propinas que recebeu da JBS. Segundo a própria Receita, ele comprou imóveis e “dezenas de veículos” ao longo dos 13 anos em que teria beneficiado indevidamente a empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O nome do servidor não foi divulgado.

Apenas nos últimos dois anos e meio, o esquema rendeu 160 milhões de reais ao acusado. Como as fraudes duraram pelo menos 13 anos, o rombo pode ser muito maior. O valor apurado corresponde a cerca de 8% dos cerca de 2 bilhões repassados para a JBS a título de créditos tributários — valores de impostos pagos a mais e reconhecidos pela Receita, no caso PIS e Cofins. 

O que já está comprovado pela investigação é a “venda de agilidade” na análise das diferenças de valores. A partir de agora serão apurados os balanços para aferir se houve valor pago em excesso para a empresa dos irmãos Batista. Segundo a PF, o auditor suspeito se desfez de patrimônio nos últimos seis meses, incluindo uma Ferrari, desde que foi homologada a delação premiada dos executivos da JBS.

Ministério Público pediu a prisão do auditor, mas a Justiça negou. Segundo o delegado Thiago Borelli Thomaz, diretor da Delegacia de Crimes Fazendários da PF, o esquema principal envolvia três pessoas: o auditor, um empresário e um advogado — este morto recentemente. Os dois últimos eram responsáveis por intermediar as relações da JBS com o servidor.

“São centenas de milhões, ao menos. Talvez até bilhão”, afirmou o delegado da Receita Guilherme Bibioni em entrevista coletiva na PF, em São Paulo. Segundo ele, não se sabe se os suspeitos embolsavam todo o dinheiro da propina.

Veja.com

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