Auditor comprou imóveis e carros
Foto:PF Divulgação/Reprodução |
Alvo principal da operação Baixo Augusta, realizada nesta
segunda-feira (11) pela Polícia Federal, um auditor fiscal
da Receita Federal é suspeito de
construir um vasto patrimônio a partir das propinas que recebeu da JBS. Segundo a própria Receita, ele
comprou imóveis e “dezenas de veículos” ao longo dos 13 anos em que teria
beneficiado indevidamente a empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O nome do servidor não
foi divulgado.
Apenas nos últimos dois anos e meio, o esquema rendeu 160 milhões de reais ao
acusado. Como as fraudes duraram pelo menos 13 anos, o rombo pode ser muito
maior. O valor apurado corresponde a cerca de 8% dos cerca de 2 bilhões
repassados para a JBS a título de créditos tributários — valores de impostos
pagos a mais e reconhecidos pela Receita, no caso PIS e Cofins.
O que já está comprovado pela investigação é a “venda de
agilidade” na análise das diferenças de valores. A partir de agora serão
apurados os balanços para aferir se houve valor pago em excesso para a empresa
dos irmãos Batista. Segundo a PF, o auditor suspeito se desfez de patrimônio nos
últimos seis meses, incluindo uma Ferrari,
desde que foi homologada a delação premiada dos executivos da JBS.
O Ministério Público pediu a prisão
do auditor, mas a Justiça negou. Segundo o delegado Thiago Borelli Thomaz,
diretor da Delegacia de Crimes Fazendários da PF, o esquema principal envolvia
três pessoas: o auditor, um empresário e um advogado — este morto recentemente.
Os dois últimos eram responsáveis por intermediar as relações da JBS com o
servidor.
“São centenas de milhões, ao menos. Talvez até bilhão”,
afirmou o delegado da Receita Guilherme Bibioni em entrevista coletiva na PF,
em São Paulo. Segundo ele, não se sabe se os suspeitos embolsavam todo o
dinheiro da propina.
Veja.com
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