Brasil tem 1,8 milhão de crianças e adolescentes trabalhando
Foto: Estadão/Reprodução |
O Brasil tinha 1,8 milhão de crianças e adolescentes entre 5 a 17 anos trabalhando em 2016,
dentro de uma população de 40,1 milhões nessa faixa etária. Os dados são da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram
divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
O nível de ocupação - que mede a proporção de ocupados em
relação ao total de crianças nessa faixa etária - foi de 4,6%, majoritariamente
concentrado no grupo de 14 a 17 anos de idade. Mesmo que nessa idade mais
avançada seja admitido, pela lei, algum tipo de trabalho, seja como aprendiz
seja como contratado em funções não perigosas, a maioria estava irregular, sem
carteira assinada, o que também configura trabalho infantil.
A atividade que mais absorvia crianças de 5 a 13 anos
País afora era a agricultura, com quase metade dos trabalhadores dessa faixa etária
(47,6%), seguida pelo comércio (21,4%), serviços domésticos (6,3%) e segmentos
como indústria, construção, transporte, armazenagem e serviços.
"Independentemente de ser cultural ou não, é trabalho infantil e tem que
buscar ser erradicado", afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e
Rendimento do IBGE.
PF vê elo entre bunker e repasses da JBS a Geddel
Foto: Estadão/Reprodução |
A Polícia Federal apontou um elo entre supostos
pagamentos de propina do Grupo J&F e o bunker dos R$ 51 milhões atribuído ao
ex-ministro Geddel Vieira
Lima (PMDB-BA) e a seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira
Lima (PMDB-BA). As informações constam de relatório apresentado
ontem que associa
os peemedebistas aos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O documento citou, por exemplo, que o doleiro Lúcio
Funaro, delator e apontado como operador do PMDB, chegou a reconhecer, em foto
dos maços encontrados em um apartamento em Salvador, a marca de um banco ligado
à holding em etiquetas que envolviam as cédulas. Geddel está preso
preventivamente no Complexo da Papuda, em Brasília.
O delegado da PF Marlon Oliveira Cajado dos Santos
afirmou, no relatório, ver indícios de crimes e ressaltou que o documento
integra as investigações da Operação Cui Bono?, que apura as condutas de Geddel
no período em que foi vice-presidente da Caixa Econômica Federal. O ex-ministro
é suspeito de ter beneficiado a J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista,
na liberação de recursos. Procurada, sua defesa não respondeu.
PF encontrou celulares em nome de supostos laranjas de
Aécio
A Polícia Federal encontrou em um apartamento do senador
Aécio Neves dois celulares ‘cujas linhas telefônicas estavam habilitadas em nomes
de supostos laranjas’. Um ex-motorista e uma ex-funcionária da Andréa Neves,
irmã do senador presa na operação Patmos, em abril, um agricultor do interior
de Minas e um funcionário de uma empresa de construção civil aparecem como
responsáveis pelas linhas.
Encontrados no apartamento que o tucano mantêm na avenida
Vieira Souto, em Ipanema, no Rio, os aparelhos, segundo a PF, foram analisados
e com informações obtidas nas operadoras de telefonia foi possível mapear os
titulares das linhas utilizadas neles.
As informações constam no Relatório de Análise de
Material Apreendido nº072/20117 produzido no âmbito da Patmos, desdobramento do
acordo de colaboração premiada dos executivos da JBS.
“O material analisado não apresentou relevância para a
investigação, exceto os itens 20 e 25, correspondentes aos aparelhos celulares
cujas linhas telefônicas estavam habilitadas em nomes de supostos laranjas,
razão pela qual, oportunamente, podem apresentar relevância maior para a
investigação”, conclui o relatório da PF pelo agente Glei dos Santos Souza.
Jogos de azar: legalização pode ser votada hoje
A legalização dos jogos de azar no Brasil pode ser
analisada nesta quarta-feira (29) pela Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ) do Senado. O projeto de lei, que autoriza a exploração de jogos
no país, é de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI). A estimativa é de que a
retirada dos jogos da clandestinidade possa gerar entre R$ 12 bilhões e R$ 18
bilhões em arrecadação. Uma das propostas defende que parte desta verba seja
revertida para a segurança pública em âmbitos federal e estadual. A reunião
está marcada para as 10h.
No início de novembro, após uma reunião com 15
governadores, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) garantiu que o
projeto de lei entraria em pauta. Os governadores e o presidente do Senado
querem que o dinheiro arrecadado com os jogos legalizados seja empregado no
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Segurança Pública. O projeto chegou a ser inserido na pauta do dia 22 da comissão, mas
a votação foi adiada.
A proposta original foi alterada pelo relator, o senador
Benedito de Lira (PP-AL). O documento foi apresentado aos integrantes da
comissão na reunião do dia 8, mas a votação foi adiada. Uma das críticas
recorrentes de senadores contrários ao projeto alvo de polêmica sustenta que a
prática facilitará o crime de lavagem de dinheiro.
Rosa Weber nega pedido de grávida para abortar
A ministra Rosa Weber,
do Supremo Tribunal Federal (STF),
negou pedido de um grávida com problemas financeiros que queria ter direito
ao aborto. Com 30 anos, dois
filhos, salário de R$ 1.250, contrato temporário de trabalho para encerrar em
dois meses, aluguel de R$ 600 para pagar, e bolsa de estudos em curso superior
não concluído ainda, Rebeca Mendes Silva Leite queria poder interromper a
gestação de seis semanas.
O pedido foi feito por meio do PSOL, partido autor de uma
ação em que tenta descriminalizar a interrupção da gestação no Brasil quando
ocorrida até a 12ª semana. O PSOL também aproveitou para pedir uma liminar que
estenda os efeitos da decisão a todas as grávidas. Rosa Weber negou todos os
pedidos. A íntegra da decisão com os argumentos usados por ela não está
disponível.
Segundo o partido, negar a Rebeca o direito ao aborto
equivale a tortura, por impor sofrimento e risco à saúde física, mental e
social.
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