Temer: Base confia em relatório contra denúncia
O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) apresentará na
tarde desta terça-feira, 10, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara relatório sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da União contra o
presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira
Franco (Secretaria-Geral da Presidência). A expectativa dos governistas é de
que o tucano vote pelo arquivamento das acusações de obstrução da Justiça e
organização criminosa. A base aliada se mobilizou na semana passada para manter
o tucano na CCJ e na relatoria do caso. “Eu não sei qual será o parecer de
Bonifácio, mas espero que seja pelo arquivamento da denúncia. É claro que temos
de respeitar a posição dele pelo saber jurídico que tem. Eu tenho certeza de
que vai apresentar algo que seja justo para o Brasil”, afirmou o vice-líder do
governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP). “Não vai ter surpresa.”
Forças Armadas voltam à Rocinha para apoiar operação da
polícia
As Forças Armadas retornaram na
manhã desta terça-feira (10) à Rocinha, na Zona Sul do Rio De
Janeiro, para auxiliar a polícia em operação que faz buscas na região da
favela. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança do Rio, os militares estão
fornecendo um “apoio técnico” à Polícia Militar (PM) em
ações de varredura na mata que faz limite com a comunidade e devem sair da
favela assim que elas terminarem. No fim de setembro, as Forças Armadas já
tinham ocupado setores da Rocinha por uma semana, também para auxiliar a
polícia fluminense. Os militares foram acionados e ocuparam a
favela depois que grupos criminosos rivais entraram em confronto armado
pelo controle dos pontos de venda de drogas ilícitas da comunidade. No início
dessa semana novos confrontos entre policiais e criminosos foram registrados na
favela. Segundo a PM, dois corpos foram localizados na Rua 1, na manhã desta
segunda-feira (9). Mais de 500 policiais militares ocupam atualmente a Rocinha.
Dodge defende prisões de Joesley e Ricardo Saud
Afirmando que o empresário Joesley
Batista tem “impulso voltado a praticar crimes capazes de
aumentar o seu poder econômico”, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
enviou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira parecer favorável à
manutenção das prisões preventivas de Joesley e do ex-diretor de relações
institucionais da JBS Ricardo Saud.
O relator, ministro Edson Fachin,
que determinou as prisões, pediu a opinião da Procuradoria-geral
da República (PGR) depois que os investigados recorreram de sua
decisão. Dodge afirma que a soltura de ambos traria risco à investigação e à
instrução criminal, à ordem pública e à aplicação da lei penal. A
procuradora-geral entende que o empresário é “integrante de organização
criminosa dotada de elevado poderio econômico” e destaca a suspeita de Joesley
ter se valido de informações privilegiadas para fazer operações no mercado
financeiro.
“Há claras evidências de omissão de fatos graves, do
ajustamento de depoimentos e declarações, além da apresentação de provas e
fatos ainda não revelados às autoridades, apenas no momento mais oportuno para
defesa”, escreveu Raquel Dodge na manifestação ao STF. Para a chefe do
Ministério Público Federal, a liberdade de Joesley Batista representaria risco
de fuga e de ocultação de provas no exterior. “Não se pode olvidar, também, que
o grande poder econômico do recorrente – que conta com propriedades, contas e
residência no exterior – evidencia uma clara possibilidade de ocultação de bens
e provas no estrangeiro, além de um fundado risco de fuga, o que representaria
embaraço evidente à aplicação da lei penal”, sustenta Dodge.
Juiz transforma prisão temporária de Nuzman em preventiva
O juiz da 7ª Vara Federal Criminal Marcelo Bretas,
responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, acatou o
pedido do Ministério Público Federal (MPF) no estado e transformou de temporária
para preventiva a prisão do presidente afastado do Comitê Olímpico do Brasil
(COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. Bretas atendeu ainda ao pedido do MPF de prorrogação da
prisão temporária de Leonardo Gryner, ex-diretor do COB e do Comitê Organizador
dos Jogos Rio 2016. Nuzman e Gryner estão presos desde quinta-feira (5), quando
foi deflagrada a Operação Unfair Play - Segundo Tempo, um desdobramento da
Unfair Play, que revelou a compra de votos para a escolha do Rio como sede
olímpica de 2016. O prazo das prisões temporárias expirava hoje (9), e, com a
decisão do juiz Bretas, Nuzman permanecerá detido por tempo indeterminado e
Gryner por mais cinco dias. Na decisão, o juiz Bretas diz que, inicialmente,
tinha decidido apenas pelo depoimento de Nuzman com mandados de busca e
apreensão. O aprofundamento das investigações, no entanto, identificou mais
claramente a participação do dirigente esportivo no suposto esquema criminoso
de compra de votos, o que motivou o pedido da prisão temporária na semana
passada, além de nova busca e apreensão na residência dele.
Rede de apoio é fundamental para combater violência
contra a mulher
A Casa da Mulher Brasileira (Brasília) integra a rede de apoio prevista na
Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), que estabelece que União, Distrito
Federal, estados e municípios poderão criar e promover “centros de atendimento
integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes em situação
de violência doméstica e familiar; casas-abrigo para mulheres e respectivos
dependentes menores em situação de violência doméstica e familiar; delegacias,
núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia
médico-legal especializados no atendimento à mulher em situação de violência
doméstica e familiar; programas e campanhas de enfrentamento da violência
doméstica e familiar; e centros de educação e de reabilitação para os
agressores”. De lá para cá, embora muito tenha se falado sobre o aspecto da lei
que estabelece a possibilidade de encarceramento de agressores, o lado da rede
de apoio não ganhou a mesma projeção no debate público. Para a promotora Silvia
Chakian, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência
Doméstica do Ministério Público de São Paulo, “essa rede de atendimento é
fundamental para que essa mulher tenha as consequências da violência
minimizadas e para que outros casos sejam prevenidos”. Antes da existência da
rede de apoio, a mulher era submetida a uma verdadeira peregrinação em busca de
instituições públicas. Além dessa dificuldade, muitas vezes era recebida por
pessoas que não estavam preparadas para tratar de casos de violência, podendo
submetê-la a um sofrimento continuado ou mesmo tratá-la com preconceito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário