Palocci fala tudo o que Lula não quer ouvir
A Revista Veja publica, com exclusividade, tópicos da
delação que o ex-ministro Antonio Palocci (PT) acerta com os procuradores da
Operação Lava Jato. As declarações de Palocci são acompanhadas de documentação
que comprovam suas afirmações.
Palocci diz que Lula desviava dinheiro do instituto
O ex-ministro Antonio
Palocci relata na proposta de delação que negocia com
a força-tarefa da Lava-Jato que
o ex-presidente Lula usava
o dinheiro que era doado ao Instituto Lula para bancar suas despesas
pessoais e de seus familiares. Palocci afirma que o Instituto Lula mantinha uma
contabilidade paralela para acobertar o desvio das doações.
Segundo o ex-ministro, quem administrava esse caixa
clandestino era o petista Paulo Okamotto, o presidente formal do instituto.
Okamotto sempre negou qualquer irregularidade no comando da instituição.
Palocci admite ter entregue dinheiro vivo a Lula
O ex-presidente recebia das mãos de Palocci pacotes de
30.000 reais, 40.000 reais e 50.000 reais. O ex-ministro narra pelo menos cinco
episódios em que entregou dinheiro sujo diretamente a Lula. Segundo Palocci, os
pacotes de propina eram usados por Lula para bancar despesas particulares.
O ex-ministro também detalha entregas de dinheiro sujo em
quantias maiores. Segundo Palocci, quando o pedido de Lula envolvia cifras mais
elevadas, o encarregado de fazer o transporte dos recursos era o sociólogo
Branislav Kontic. Espécie de “faz-tudo” do ex-ministro, Branislav levava as
remessas de dinheiro ao Instituto Lula, em São Paulo.
Tanto as pequenas entregas de Palocci a Lula quanto as
grandes remessas transportadas por Branislav eram descontadas da contra-propina
que Lula mantinha com a Odebrecht.
Palocci revela reunião com Lula e Dilma sobre o petrolão
em 2010
O ex-ministro Antonio
Palocci relata que a ex-presidente Dilma
Rousseff e o ex-presidente Lula tinham
total conhecimento da existência do petrolão.
Palocci conta que participou de uma reunião no Palácio da
Alvorada, em 2010, com a então candidata petista e o então presidente da Petrobras,
Sérgio Gabrielli, em que Lula expôs abertamente os planos de usar as
engrenagens do petrolão para financiar a campanha de Dilma ao Planalto.
Palocci entrega provas de corrupção contra empresários
No acordo que
negocia com a força-tarefa da Lava-Jato,
o ex-ministro Antonio Palocci decodifica
os negócios sujos escondidos na famosa lista de clientes de sua consultoria, a
Projeto. Palocci abriu a empresa em 2006, pouco depois de deixar o Ministério da Fazenda.
Em quase uma décadas de atividade, a Projeto foi contratada por algumas das
maiores empresas brasileiras, multinacionais, bancos e conglomerados
econômicos.
Na delação,
Palocci fornece notas fiscais, cópias de contrato e narra as histórias de
corrupção que envolvem pelo menos dez grandes clientes de sua consultoria. O
produto principal do “consultor” Palocci, admite o ex-ministro, era o acesso
exclusivo aos gabinetes mais importantes de Brasília.
Conteúdo: Revista Veja
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