➽ Gilmar pede investigação sobre influência no Judiciário
Baseado em reportagem da VEJa, o ministro Gilmar Mendes pediu ao Ministério da Justiça que investigue a influência da JBS no Judiciário. De acordo com as mensagens mostradas pela matéria, o diretor jurídico da empresa Francisco Assis e Silva demonstra intimidade com alguns ministros do STJ. Mendes também pede que seja investigada a citação feita a ele nas mensagens. A seu favor, diga-se que o ministro foi o primeiro a se manifestar contra o acordo realizado pela PGR e a JBS.
➽ Mensagens sugerem compra de decisões em tribunais
No final da
tarde de quarta-feira, na véspera do feriado da Independência, a
Procuradoria-Geral da República recebeu mais uma bomba em seu setor de
protocolo: centenas de documentos, na forma de áudios, emails e mensagens de WhatsApp, que
sugerem que a JBS, ao contrário do que contou em
sua delação, tentou, de forma sistemática, comprar decisões em tribunais
superiores em Brasília.
São dezenas de
conversas mantidas entre o diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis e Silva, e uma
advogada que trabalha para a empresa, Renata
Gerusa Prado de Araújo. Na troca de mensagens, os dois traçam
estratégias para obter decisões favoráveis a empresas do grupo — seja por meio
de “pagamentos em espécie”, como eles próprios definem, seja por meio tráfico
de influência — em processos sob relatoria de uma desembargadora federal, Maria do Carmo Cardoso, que vem a
ser mãe da própria Renata, e de pelo menos três ministros do Superior Tribunal
de Justiça: Napoleão Maia, Mauro Campbell e João Otávio Noronha.
Assis e Renata
também conversam sobre arestas que deveriam ser aparadas com o ministro do
Supremo Tribunal Federal, Gilmar
Mendes, a voz mais ativa contra o que considera abusos nas investigações
da Lava Jato. Quem levou o acervo ao Ministério Público é o empresário Pedro Bettim Jacobi, ex-marido da
advogada Renata Araújo, que está num processo litigioso de separação. Ele
copiou do celular da ex-mulher os arquivos que considerava comprometedores.
➽ OAB: “Graves e
preocupantes”
A edição de VEJA que chega às bancas nesta sexta-feira
traz, com exclusividade, a informação de que mensagens de WhatsApp da JBS, obtidas pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), sugerem que a
empresa atuou para comprar decisões em tribunais superiores de Brasília. Em
nota, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia,
classificou como “graves e preocupantes” os fatos relatados pela reportagem.
Lamachia afirmou que “é preciso agilidade nas investigações,
sobretudo para esclarecer a citação a ministros do STJ [Superior
Tribunal de Justiça]”. Em uma dessas mensagens, a advogada Renata Gerusa
Prado de Araújo conversa com Francisco Assis e Silva, diretor
jurídico da JBS, sobre o pagamento de uma propina ao ministro Mauro
Campbell, do STJ, em troca de uma liminar em uma medida cautelar de interesse
da empresa.
Além de Campbell, as mensagens incluem citações a outros
dois magistrados da segunda corte mais importante do país, João Otávio
Noronha e Napoleão Nunes Maia, e a uma desembargadora federal,
Maria do Carmo Cardoso, mãe de Renata.
O presidente da Ordem afirmou que, “se as investigações
conduzidas pelas autoridades competentes comprovarem desvios praticados por
advogados, a OAB não hesitará em aplicar o que determina o Estatuto da
Advocacia com relação às punições cabíveis”. Claudio Lamachia alertou para o
risco de que os fatos narrados façam pairar “suspeitas sobre todo o sistema de
Justiça”
Com VEJA/Portal
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