sexta-feira, 16 de junho de 2017

➤BOM DIA!

A sexta-feira, depois de um feriado na quinta, tem cara de feriadão, coisa que muitos fizeram, ou estão fazendo. Como meu expediente é normal e como tenho apresentação do Consumidor em Pauta, às 18:30, na TVE, estou forte e firme no trabalho.

Leio que teremos temperaturas mais elevadas durante o dia, mas que a chuva deve voltar no final de semana. Reclamar do que, já que estamos nos aproximando do inverno e o natural é que as temperaturas caiam. Se não chover muito, melhor, mas o frio é inevitável.

Para começar a sexta e iniciar o final de semana, deixo com todos um comentário da jornalista Eliane Cantanhêde analisando a situação, nada boa, do presidente Michel Temer. Aliás, desde que assumiu, Temer vem sofrendo um bombardeio de todos os lados. O Fora Temer, que para alguns casos significa golpe, está em muitas bocas, em muitas paredes, em faixas e em alto-falantes. 

É o famoso dois pesos e duas medidas. O que vale para um, não vale para outro. E olhem que não votei em Temer e nem apoio muitas de sus decisões nem seu método de fazer política. Acho que ele merece ser investigado e, se for condenado, amargar uma cadeia ao lado de todos os corruptos. Eu disse todos, não apenas aqueles que não estão do meu lado pois tem muita gente defendendo corruptos, ladrões e mentirosos e acha que está lutando em favor do Brasil. Estes são tão ou mais desavergonhados do que os que roubaram o Brasil, principalmente nos últimos anos.

Tenham todos um Bom Dia!

O mais grave contra Temer*

Assim como o sítio e o triplex complicam Lula, 
a casa da filha complica Temer

Eliane Cantanhêde

Como parecia claro desde o início, o que vai se configurando como mais grave e concreto contra o presidente Michel Temer é a relação dele com o coronel PM João Baptista Lima, o “coronel Lima” das delações da JBS. Por enquanto, e até surgirem fatos novos, bem mais grave e concreto do que a mala de R$ 500 mil do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e a fita gravada clandestinamente por Joesley Batista.

Tudo parece indicar que foi a JBS quem pagou a reforma da casa de uma das filhas de Temer, em São Paulo. O dinheiro sairia da empresa sob pretexto de doação de campanha, iria parar na empresa do coronel Lima e dali sairia para o pagamento de arquitetos e fornecedores de material para a obra.

A isso junte-se o depoimento do delator Ricardo Saud, da J&F, ao Ministério Público Federal. Segundo ele, dos R$ 300 milhões da “conta propina” do PT, R$ 15 milhões foram para a campanha à Vice-Presidência em 2014, mas Temer teria feito “uma coisa até deselegante”: surrupiado uma parte para uso pessoal.

“Eu já vi o cara pegar o dinheiro da campanha e gastar na campanha. Agora, ganhar dinheiro do PT e guardar para ele no bolso dele, eu acho muito difícil. Aí, ele (Temer) e o Kassab (Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação) guardaram o dinheiro para eles usarem de outra forma”, diz Saud no vídeo de 23 minutos. Dinheiro de empresa privada em campanha era legal. No bolso dos candidatos, não. 

Adiante, ele ratificou: “Nessa eleição, só vi dois caras roubar deles mesmos. Um foi o Kassab, o outro foi o Temer. O Temer me deu um papelzinho e falou: ‘Ricardo, tem um milhão que eu quero que você entregue em dinheiro nesse endereço aqui’”. Era o endereço da empresa do coronel Lima, que, conforme recibos e mensagens colhidas pela PF, foi quem financiou as obras na casa da filha do então vice.

Temer tem se enrolado diante de perguntas que não são só da PF e da mídia, mas da sociedade. Negou que viajara no jatinho da JBS para Comandatuba, na Bahia, depois confirmou, mas dizendo que não sabia de quem era o avião. Agora, tudo o que tem a dizer é que a filha tinha recursos, na época, para bancar as obras. É pouco, senhor presidente.

Assim como as obras no sítio e no triplex criam um link direto entre Odebrecht e OAS e o ex-presidente Lula, a da casa da filha é considerada o link entre a JBS e Temer. Daí porque é temerário ele prever, como fez ontem com ministros e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o provável pedido de processo da PGR contra ele será “fraquíssimo”.

Com o coronel Lima entrando em cena como protagonista, as reações são contundentes. Temer quer pressa na votação do pedido da PGR na Câmara, Maia acena até com o cancelamento do recesso de julho e o ex-presidente Fernando Henrique dá uma guinada importante, que pode mudar a disposição do PSDB e do Congresso.

Assim como pediu a renúncia como “gesto de grandeza” de Dilma Rousseff em 2015, FHC enviou nota ontem ao jornal O Globo e à agência Lupa sugerindo a Temer antecipar as eleições gerais como “gesto de grandeza”. Ele admitiu que sua percepção sobre a crise tem sofrido “abalos fortes”. Tem mesmo, já que FHC sempre foi contra eleições diretas agora e havia liderado, três dias antes, a decisão do PSDB de continuar no governo. 

Entre a reunião do “fico” e a defesa de eleições antecipadas, o que houve? Certamente, o avanço das investigações sobre os vínculos entre Temer, o coronel Lima e papéis rasgados na casa deste. Quem tem provas a destruir é porque tem culpa no cartório. A culpa de um coronel aposentado é uma coisa, a de um presidente da República é outra. Ainda mais com crise, tensão e futuro incerto.
*Publicado no Portal Estadão em 16/06/2017

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