A brutalidade em Manaus
O mundo inteiro
está repercutindo negativamente diante da brutalidade acontecida durante o motim de presos no Complexo
Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus. Foram 56 assassinatos, incluindo decapitações,
esquartejamentos e corpos queimados.
Ressalte-se que
o complexo penitenciário é administrado por uma empresa terceirizada, a
Umanizzare, que gasta todos os meses, com cada preso, praticamente o equivalente
a um salário (benefício) pago a quem se aposentada pelo teto, ou seja, para
quem trabalhou e contribui praticamente por toda a vida para o INSS.
Assistindo ao
Jornal Nacional, fiquei sabendo que , mesmo alertadas pela empresa que administra
o Anísio Jobim, as autoridades da Administração Penitenciária da Amazônia, ignoram
o comunicado de roubos de barras de ferro do telhado da penitenciária e ainda
autorizaram visitas de familiares durante as festas de final de ano. Muitas
visitas, inclusive, pernoitaram no interior do presídio. Sem dúvidas, uma
contribuição importante das autoridades de segurança para o motim e a matança
de presos começou entre domingo e
segunda-feira (2).
Faço questão de
reproduzir o material publicado no Portal G1, detalhando o que foi apurado pelo
Jornal Nacional. É de abismar!
Administradora de presídio no AM alertou
secretaria de risco de visitas no fim do ano
Documentos obtidos pelo 'Jornal Nacional' mostram avisos
da empresa para secretaria. Rebelião em complexo penitenciário de Manaus teve
56 mortos.
Documentos obtidos pelo 'Jornal Nacional' mostram
que, antes da rebelião, a empresa Umanizzare, que administra o Complexo
Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), alertou o secretário de Administração
Penitenciária do Amazonas, Pedro Florêncio Filho, dos riscos de se permitir
visitas no fim do ano aos presos.
O motim na unidade ocorreu entre domingo de
segunda-feira (2), durou 17 horas e terminou com 56 presos mortos e 180
foragidos.
O governo estadual havia permitido que cada um dos mais
de 1,2 mil presos pudessem receber ao menos um acompanhante no Natal e no Ano
Novo. No dia 27 de dezembro, quatro dias antes da rebelião, a empresa ainda
pediu providências imediatas porque, no dia 24, com autorização da secretaria
do governo, os horários de visitas não foram respeitados, o que prejudicou a
revista de celas e a contagem de presos.
No dia 30, a empresa mandou um novo ofício para o
secretário pedindo novamente providências porque os presos tinham retirado do
telhado sete barras de ferros de seis metros de comprimento cada uma. Material
semelhante tinha sido usado em uma tentativa de fuga recente. A empresa pedia
uma revista com escolta armada para recuperar as barras de ferro. O objetivo
era desmobilizar os presos que poderiam fugir. Mas a rebelião aconteceu dois dias
depois.
O secretário Pedro Florêncio Filho admitiu ao Jornal
Nacional que autorizou as visitas de fim de ano aos presos do Compaj,
permitindo o pernoite das familias, mas disse que não sabia do ofício da
administradora sobre os possíveis riscos porque estava fora da cidade quando o
documento foi enviado.
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