Temer convoca reunião de emergência
O presidente Michel Temer convocou uma reunião de
emergência neste domingo com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e outros
ministros do seu governo para uma avaliação das delações dos ex-executivos da
Odebrecht para a força-tarefa da Lava Jato. No encontro, que acontecerá no
Palácio do Jaburu, Temer também discutirá medidas para a retomada da economia
ainda este ano.
A reunião não estava prevista na agenda do presidente. Na
sexta-feira à noite, depois do vazamento da delação do ex-diretor de Relações
Institucionais Cláudio Melo Filho, na qual foi citado, Temer foi para São
Paulo. Ele retornou a Brasília por volta da hora do almoço deste domingo.
O Palácio do Planalto reagiu aos vazamentos com
“preocupação” e sem “ingenuidade”. A ordem do presidente Michel Temer é evitar
muitos comentários, reforçar que as delações precisam se comprovar e que o
governo tem que “continuar trabalhando” pelo país. Interlocutores do
presidente, entretanto, admitem que “os efeitos disso precisam ser observados” e
que a Lava Jato sempre foi e continua sendo um fato “imponderável”.
Cláudio Melo Filho afirmou em delação que Temer pediu 10
milhões de reais ao empreiteiro Marcelo Odebrecht em 2014. Oficialmente, o
Planalto negou a informação e afirmou que não há mais comentários a serem
feitos e que a nota divulgada “diz tudo”.
No texto para responder as acusações, o presidente
repudia “com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo Filho”. “As
doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência
bancária e declaradas ao TSE. Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a
pedido do presidente”, completa a nota.
Está prevista para esta semana a última votação da PEC do
Teto dos Gastos, marcada para terça-feira, 13, e da LDO. O governo não quer que
a tramitação dessas medidas, e da reforma da Previdência, sejam prejudicadas
com o teor das delações dos ex-executivos da Odebrecht.
Agência Brasil
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