Agora é com
Marchezan!
Um pouco depois das 19 horas de ontem, Nelson Marchezan
Jr (PSDB) viu seu nome consagrado nas
urnas como novo prefeito de Porto Alegre. A partir de 1º de janeiro de 2017,
ele estará ocupando a cadeira de José Fortunati no Paço Municipal.
Mas não herdará apenas a cadeira, ficará com o ônus de
todos os problemas comuns a quase todas as prefeituras do Brasil. Não terá uma
tarefa fácil pela frente, muito pelo contrário.
Com 44 anos, Marchezan deixa a vaga de deputado federal
para sua companheira de partido mas adversária em muitos pontos, Yeda Crussius.
A ex-governadora é a primeira suplente da bancada tucana.
Entre os inúmeros problemas que o novo prefeito deverá
enfrentar, eu destacaria um que não está na área administrativa, nem na
financeira, nem na composição de seu governo. Marchezan terá que pensar, e
muito, no alto índice de abstenção, nos números significativos de votos brancos
e nulos. Tanto é verdade, que a soma deles supera o número de votos que o
elegeu prefeito.
A abstenção em Porto Alegre chegou a 25,25% (277 mil), os
votos nulos alcançaram 13,36% (109 mil) e os brancos 5,67% (46 mil). Comparando
com os votos obtidos por Marchezan, temos um quadro que mostra 432 mil entre
abstenção, brancos e nulos, contra 402 mil votos válidos dados ao candidato do PSDB.
É incrível, mas de cada quatro pessoas com direito a
votar, uma sequer compareceu ao local de votação. Um quarto dos eleitores
preferiu ficar em casa, viajar ou simplesmente ignorar o processo eleitoral de
ontem. Foram 277 mil votos que deixaram de ser colocados nas urnas, número
maior dos que foram dados a Sebastião Melo, que obteve 262 mil.
A forte campanha dos partidários de Raul Pont e Luciana
Genro pelo voto nulo, mais a pulverização dos votos de esquerda, acabaram por
influir na decisão de um quarto dos eleitores.
Claro que votar em branco, anular o voto ou não
participar da eleição, é um direito que a democracia oferece, mas será que é o
melhor para o país, no caso para Porto Alegre, o mais recomendável? Incentivar
eleitores a votar em branco, anular o voto ou não votar, contribui para que as
coisas comecem a melhorar? Será que os que acham que apenas os candidatos de
seus partidos podem ser governantes, estão contribuindo para a plenitude de uma
normalidade no Brasil?
Nelson Marchezan Jr, muito graças a abstenção, votos
nulos e brancos, além de seus méritos pessoais, foi eleito prefeito de Porto Alegre. A partir
de agora, como ficou demonstrado ontem, enfrentará a fúria dos que, já no
primeiro turno, perderam a eleição. Para a turma dos que só olham com um olho,
para os que pensam só com um lado do cérebro, a batalha está só começando. Como
é costume estratégico dos que são contra tudo o que não está ao seu lado, até a
cor da camisa ou da gravata do prefeito será motivo para críticas e protestos.
Será que os arautos do caos pensam que nos levarão a
algum ponto positivo ou entendem que o que fizeram nos últimos anos, destruindo
o Brasil, afundando nossa economia, aumentando a inflação e colocando 13
milhões de brasileiros na fila dos desempregados, é o que as pessoas de bom
senso querem?
Torcendo para que a administração de Nelson Marchezan Jr
seja a melhor possível para Porto Alegre, sou obrigado a lembrar ao futuro
prefeito que, agora, é tudo com ele!
Tenham todos um Bom Dia!
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