Quem é contra o limite de gastos?
Por larga maioria, o governo do presidente Michel Temer
viu aprovada, na noite de ontem, a PEC que estabelece o teto de gastos do
governo. Foram 366 votos quando eram necessários 306. Falta ser aprovada em
segundo turno na Câmara e, depois, no Senado Federal, mas parece que não haverá
problemas para a aprovação da PEC.
Enquanto os deputados debatiam sobre a proposta de emenda
à Constituição, em São Paulo, mais ou menos 50 estudantes ocupavam parte do
escritório da presidência da República e em Santa Maria, no Rio Grande do Sul,
estudantes faziam uma passeata pedindo que a emenda não fosse aprovada. Eram,
segundo a BM, mais ou menos 400 manifestantes.
Faz dias que venho escutando uma propaganda insistente do
Cpers/Sindicato contra a aprovação da PEC. A direção, que é quem determina os
gastos com a propaganda, usa e abusa do velho e enfadonho discurso de defesa da
educação, de mais verbas para escolas, de destruição do ensino, tudo sem
apresentar qualquer tipo de solução. Uma coisa constante nos comerciais do
Cpers, é a necessidade de melhores salários para os professores, coisa que
ninguém discute, mas que eles insistem em ressaltar.
Não duvido que, após a massacrante votação na Câmara, os
representantes dos professores e os alunos que adestradamente já botaram a cara
na rua, iniciem uma nova paralisação. Depois inventarão uma nova conversa fiada
de que as aulas só não serão recuperadas por culpa do governo. Mas isto é coisa
que já não se pode considerar novidade.
Da mesma forma, entidades de representantes daqueles que
começam carreira ganhando 20 ou 30 salários mínimos, gritam pela independência
dos poderes, esquecendo que o dinheiro sai de uma única fonte, o Tesouro
Nacional. Querer tratamento diferenciado é. no mínimo, um corporativismo que
deve acabar imediatamente, principalmente depois do rombo de mais de R$ 170
bilhões provocado pela irresponsabilidade da política econômica da presidente
Dilma.
Por outro lado, a Constituição diz claramente que a
definição de regras para o uso do dinheiro público é atribuição do Congresso Nacional.
Enquanto se argumentava, ou tentava argumentar contra a
aprovação do limite de gastos, o governo e seus representantes deixaram claro
que, caso surjam dificuldades orçamentárias para a saúde e educação, o próprio
Congresso tratará de acertar as coisas.
O que deverá acabar, e provavelmente seja contra isso que
a oposição se levante, nela incluindo PT, PSOL, Rede outros iguais, são os
privilégios que determinadas categorias conseguiram ao longo dos anos, ganhando
salários astronômicos comparados ao que recebem trabalhadores que exercem
funções tão ou mais importantes que alguns dos ungidos pelos benefícios que
todos nós pagamos.
Limitar os gastos do governo, sem derramar milhões em
orçamentos privilegiados, é algo que, sinceramente, não pode provocar a ira de
ninguém, especialmente de trabalhadores. Se acabarem as condições, acabarão
também os programas sociais tão reclamados pelos que ganham pouco, mas que hoje
lutam pelos que ganham mais.
Quem viver verá!
Tenham todos um Bom Dia!
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