Limite para Moro é o fim do ano
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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação
Lava-Jato, afirmou na tarde desta quinta-feira, em Washington, nos Estados
Unidos, que espera terminar sua parte nas investigações até o fim do ano. O
magistrado ressaltou, no entanto, que não pode determinar prazos e que a parte
que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) deve continuar por mais tempo. A
Corte julga casos de envolvidos que têm direito a foro privilegiado.
— A investigação ainda está em aberto. É difícil fazer
previsões, mas espero acabar a minha parte na Lava-Jato até o fim do ano —
disse Moro, para depois acrescentar que pretende "tirar longas
férias" após o fim de sua participação e voltar para sua atividade como
juiz de carreira.
Moro está na capital americana para um ciclo de palestras
no Instituto Brasil, do Wilson Center, onde participou do debate "Tratando
dos casos de corrupção política no Brasil". No evento, ele afirmou que
“nenhum país está condenado a ser corrupto” e que as investigações da Lava-Jato
não têm objetivo de perseguir nenhum grupo político. Moro disse que, apesar de
todo o espaço dado às delações premiadas, a principal arma das investigações
continua a ser o rastreamento do dinheiro.
— Alguns críticos da Lava-Jato dizem que a operação
depende muito das informações obtidas nestes acordos de delação. A verdade é
que o processo envolve o uso de outros métodos de investigação, e a velha
estratégia de seguir o dinheiro continua a ser o mais importante método de
investigação — afirmou Moro.
O juiz disse que a quebra do sigilo bancário dos
suspeitos tem auxiliado muito, juntamente com a cooperação internacional, para
descobrir valores alocados no exterior. Moro explicou os desdobramentos das investigações
e as particularidades do sistema judicial brasileiro aos americanos presentes
na palestra. Disse que, historicamente, casos de corrupção não geram
condenações, mas que isso mudou após o mensalão.
— O aspecto mais problemático do caso (Lava-Jato) é que
parece que o pagamento de subornos em contratos da Petrobras não foi uma
exceção, mas sim a regra. Alguns dos criminosos cooperantes usaram essa
palavra. Eles descreveram os crimes cometidos como uma regra do jogo em
contratos do setor público — disse o juiz, que destacou a ocorrência de casos
em diversas esferas do governo:
Agência Globo
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