terça-feira, 5 de julho de 2016

Operação Lava Jato

Advogados de Lula não querem Moro


Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado na Operação Lava Jato, protocolaram nesta terça-feira (5) um pedido para que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos na Lava Jato na primeira instância, reconheça a suspeição para julgar as ações penais relacionadas a Lula. A suspeição acontece quando um juiz ou uma parte alega falta de imparcialidade.

Segundo a defesa de Lula, a exceção de suspeição é baseada na prática de diversos atos arbitrários pele juiz contra o ex-presidente desde a deflagração da 24ª fase da Operação, batizada de "Aletheia", em março deste ano.

Entre os exemplos enumerados, estão a privação da liberdade imposta a Lula para que ele prestasse o depoimento no Aeroporto de Congonhas (SP) – o ex-presidente foi alvo de condução coercitiva, ou seja, foi levado para depor. Para os advogados, Lula não precisava ter sido submetido à condução coercitiva, já que não se recusou a atender qualquer intimidação anterior.

Além disso, eles alegam que o levantamento do sigilo de conversas interceptadas de Lula configurou abuso de autoridade. Sobre esta questão, Moro decidiu manter sigilo sobre os grampos telefônicos envolvendo o ex-presidente.
Por meio de nota, a defesa informou que espera que Moro "reconheça a perda de sua imparcialidade e encaminhe os procedimentos ao seu substituto natural".
A petição foi protocolada no processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná às 18h25 desta terça.

Os materiais referentes aos inquéritos que investigam um sítio em Atibaia e a um apartamento triplex no Guarujá, ambos em São Paulo, voltaram para as mãos de Moro no dia 22 de junho. Os imóveis têm a propriedade questionada na Justiça. Investigadores buscam indícios de que o sítio e o apartamento pertencem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As investigações apuram se o ex-presidente ocultou a propriedade desses dois patrimônios. Há suspeita de que empreiteiras ligadas à Operação Lava Jato tenham concedido os imóveis a Lula, em troca de contratos que elas fecharam com estatais, como a Petrobras.
Agência Globo

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