Ainda bem que falei antes!
Depois de 56 dias parados, os professores da rede
estadual de ensino, comandados pelo Cpers/Sindicato, decidiram, retomar as
aulas na próxima segunda-feira. Agora, precisamos saber como farão para
recuperar a matéria que não foi administrada aos alunos que, no final das
contas, estão matriculados para estudar, que concordam que os professores ganham
pouco, pelo menos alguns, mas que precisam de aulas, pois a maioria pretende
passar por um vestibular.
A matéria que preencheria os 56 dias de greve, não tenho
nenhuma dúvida, jamais será ensinada dignamente aos alunos. Os professores, que
não abrirão mão de férias e dias de folga farão um “mutirão” num final de
semana, no máximo dois, para repassar aos alunos os conteúdos que deixaram de
ser ministrados durante a greve. Resumindo, os alunos não aprenderão nada.
Como já era previsto, os professores, comandados pelo
Cpers/Sindicato, seguirão em campanha contra o governo estadual, coisa que
nunca fizeram contra os governos que apoiam, por mais que seus companheiros não
tenham cumprido as promessas de campanha nem ajudado em nada seus pleitos de
melhores salários e condições de trabalho.
A presidente do sindicato já anunciou que a campanha
contra o governo continuará, salientando que foi aprovada pela assembleia a
campanha “Sartori inimigo da Educação – Fora Sartori”. Provavelmente não
satisfeita com apenas 56 dias de paralisação, a líder sindicalista afirmou que
“estamos fazendo um recuo tático, para voltarmos com muito mais força contra
este governo intransigente e autoritário”.
Para colocar um ponto final na greve, pelo menos
temporariamente, os professores exigiram que o governo garantisse o pagamento
dos dias parados dos grevistas e de não criminalizar o movimento dos estudantes
que invadiram escolas públicas.
A mim, particularmente, o que mais preocupa em relação ao
movimento que termina na segunda-feira, é a politização da greve e do
Cpers/Sindicato. A categoria está definitivamente dividida em razão da disputa
política que se estabeleceu na direção da entidade. Muitos queriam que a greve
tivesse acabado faz muito tempo já que a principal reivindicação, a reposição
salarial, não teria êxito. Mesmo assim, professores ligados e/ou filiados ao
PSOL e PSTU, principalmente, usaram de suas costumeiras táticas evitando o fim
da paralisação.
Se me fosse dado o direito de repassar um conselho aos
verdadeiros professores, aos que fazem do magistério um ideal voltado ao
ensinamento de crianças e preparação de alunos para a vida, eu diria que devem
se organizar e transformar o Cpers em verdadeiro sindicato de defesa do direito
dos professores, mas sem conotações político partidárias. Sempre que se
misturar educação com organizações nanicas que simplesmente perturbam e tentam
impor suas intransigências em busca de um único objetivo, os professores jamais
atingirão seus nobres e necessários alvos.
Resumindo, o Cpers/Sindicato paralisou o ensino estadual
por 56 dias, não alcançou nenhum objetivo em termos de salários, os grevistas
receberão por quase dois meses não trabalhados e seguirão atormentando a vida
do governador pelo simples fato de que ele não pertence aos que rezam por suas
cartilhas partidárias.
Ainda bem que falei antes!
Tenham todos um Bom Dia!
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