As aulas serão recuperadas?
Hoje, dia 7 de julho, os professores da rede estadual de
ensino, completam 53 dias de greve. É a mais longa paralisação dos últimos 25
anos. Ainda bem que não são todos. Existem, felizmente, os que amam a
profissão, que ganham pouco, mas que não medem sacrifícios para manter em aula
os alunos que, ao final das contas, não são culpados pelos problemas criados
pelos mais diversos governadores que passaram por aqui. Nem por presidentes que
jamais trataram com seriedade a questão do ensino no Brasil.
O que se vê claramente é um sindicato atrelado a partidos
políticos, cumprindo cartilhas e só atuando quando interesses partidários
determinam. Quando os governantes que defendem estão no poder, silenciam e
levam o ensino de qualquer maneira. A formação do aluno, a preparação para o
futuro, em certos casos, é o que menos interessa.
Tenho sobrinhas que abraçaram a profissão e são
verdadeiras professoras, independentemente do que recebem no final do mês. Elas
querem e mereciam ganhar um salário justo e lutam por ele. Mas não esquecem,
jamais, que acima de um salário que compense, está o futuro de seus alunos.
Pois bem, hoje são 53 dias, mas não sei se a greve vai
acabar. Pode se prolongar por mais algum tempo. Daí, a pergunta que fiz no
título deste comentário: as aulas serão recuperadas?
Ou os alunos, mais uma vez, sofrerão com o embuste
aplicado em quase todas as greves promovidas pelo Cpers que manda os
professores recuperarem tudo o conteúdo que foi perdido em dois meses sem aulas,
num final de semana, muitas vezes num único sábado.
Acho que não seria impróprio perguntar para que tantos
dias de aula durante o ano, se a matéria
de dois meses pode ser revista num final semana? O certo, pelo que penso, seria
que os professores trocassem suas férias escolares pelos praticamente dois
meses sem aula. Mas este é um sonho que não se pode sonhar. Os grevistas querem
tudo, e acho que estão certos quando reivindicam salários melhores, mas não
querem ceder em nada. Se o governador, por exemplo, falar em cortar o ponto
dos, até agora, 53 dias de paralisação, o Cpers falará em ditadura, em abuso de
poder e outros chavões bem conhecidos. Só aceitam o reajuste solicitado e
pressionam pra que o governo pague sem ter direito a nenhuma medida punitiva.
Os únicos punidos, no caso, são os alunos que perdem meses de oportunidades
para uma melhor preparação para o futuro.
Mas o pior de tudo é que, encerradas as negociações, os
líderes dos professores seguirão criticando o governo, desde que não seja do
partido deles, e exigindo melhores condições de trabalho.
Como se trabalhassem!
Tenham todos um Bom Dia!
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