Ensino de
qualidade?
Está no ar um comercial do Cpers/Sindicato, na emissora
que é líder em audiência, ou seja, a que deve cobrar mais caro, sobre a greve,
as escolas públicas, as invasões e o ensino, chamado de qualidade.
Destaca-se, no comercial, o fato de que a entidade
decidiu, depois de oito semanas (56 dias) acabar com a greve que demonstrou a
força da democracia pregada pelo Cpers “em defesa de uma escola pública
gratuita e de um ensino de qualidade”. Democracia?
É só pensar um pouco. Os profissionais ligados ao Centro
liderou um movimento que, inicialmente, tinha por objetivo melhorar as
condições salariais do magistério, coisa que não fez durante os governos
ligados aos partidos de preferência de alguns diretores e professores,
demonstrando claramente a politização da greve. Não conseguiram nada.
Diante da impossibilidade de ver seus pleitos atendidos,
diante da penúria escancarada dos cofres públicos, raspados pelos governadores
eleitos pelos partidos que defendem, partiram para outros enfrentamentos,
inclusive coordenando invasões a escolas públicas e prédios da administração
estadual.
Democraticamente (?) exigiram, para encerrar a greve, que
os dias parados não fossem descontados de seus salários, isto é, tiveram uma
folga de 56 dias e nem falam em compensar os dias parados com um trabalho
extra, durante as férias, por exemplo.
Agora, brigam para preparar um tal de calendário de
recuperação das matérias que não foram ministradas aos alunos durante a
paralisação. Saliente-se que a grande maioria dos estudantes só não estava em
aula por decisão do Cpers/Sindicato que determinou que os professores,
inclusive os que desejavam dar aulas, ficassem em casa, enquanto as lideranças
(?) provocavam o governo.
O problema atual é a adaptação dos dias necessários para
a recuperação do conteúdo não aplicado, ao calendário escolar. Os grevistas,
pelo menos os que comandam as greves e invasões, não admitem perder um só dia
de férias e já buscam explicações, entre as quais as de que são somente por
volta de 30 dias sem aula, o resto foi de finais de semana e feriados.
E já organizam um calendário prevendo aulas em alguns
sábados, o que significa dizer que a matéria que deveria ter sido ensinada em
30 dias, chegará aos alunos em, no máximo, duas ou três aulas.
Mas o comercial do Centro dos Professores, fala em
“defesa de um ensino de qualidade”. Mas que qualidade pode ser oferecida em
tempo precário, em aulas enjambradas em finais de semana? Vamos falar mais
sério, gente.
Se o Cpers/Sindicato fosse realmente uma entidade séria,
sem vinculações políticas, estaria agindo clara e abertamente, mostrando aos
pais dos alunos prejudicados, que a greve foi um movimento em defesa da
qualidade, tanto de escolas como de conteúdo, e divulgaria o quanto está
gastando em comerciais que visam, única e exclusivamente, dar visibilidade a
uma ação que tem por finalidade expor os interesses políticos e partidários de
seus dirigentes.
Que os professores ganham mal, não tenho duvidas, mas
este é um assunto que deve ser cobrado de todos os governantes, não apenas
daqueles que não comungam da cartilha do Cpers/Sindicato.
Tenham todos um Bom Dia!
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