terça-feira, 14 de junho de 2016

Se depender de Moro

O que pode acontecer com Lula?


Em primeiro lugar, pode ser preso, pois está sob análise de Moro o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público de São Paulo, que denunciou o petista por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica por supostamente ter ocultado a propriedade de um tríplex no Guarujá, no litoral paulista.

Por decisão da Justiça de São Paulo, o caso foi remetido para Moro e, posteriormente, por decisão de Teori Zavaski, foi remetido para o Supremo, que agora decidiu devolveu o caso para o juiz da Lava Jato para que ele decida se vai aceitar a denúncia do MP paulista e, eventualmente, se vai mandar prender o ex-presidente.

Além disso, a própria força-tarefa da Lava Jato, caso considere já possuir elementos suficientes, pode pedir a prisão do petista.

Na decisão de Teori, foram remetidos três inquéritos para Moro, mas além disso ele continua respondendo a dois inquéritos no Supremo, que envolvem autoridades com prerrogativa de foro.

Dos três inquéritos devoldidos para Moro, um apura as suspeitas de corrupção, ocultação de patrimônio e formação de quadrilha envolvendo o sítio em Atibaia utilizado pela família de Lula e que recebeu obras de empreiteiras sob investigação. Outro inquérito apura as suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo os pagamentos de empreiteiras para a empresa de palestras de Lula, a LILS Palestras e Eventos. O outro inquérito apura o tríplex no Guarujá atribuído ao petista.

Há ainda duas investigações no Supremo envolvendo Lula. Uma contra ele, Dilma Rousseff e José Eduardo Cardozo por suspeita de tentar obstruir as investigações da Lava Jato e outra que é o principal inquérito da Lava Jato na Corte, que envolve mais de 50 políticos e pessoas sem foro privilegiado, como o ex-presidente, acusadas de participar da quadrilha que teria loteado políticamente a Petrobrás em um esquema de corrupção que abasteceu partidos e políticos.

Além destes inquéritos, Lula também é alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República que acusa ele de atuar junto com o ex-senador Delcídio Amaral e o banqueiro André Esteves para tentar obstruir a Lava Jato por meio de pagamentos à família do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró para que ele não fizesse delação premiada. Janot argumentou na denúncia que, como Delcídio não detém foro privilegiado mais, depois que perdeu o mandato, o caso deveria ir para a primeira instância. Com isso, caberá ao juiz Sérgio Moro decidir sobre a ação penal.
Fonte: Estadão/Conteúdo

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