quinta-feira, 30 de junho de 2016

BOM DIA!

Feijão maravilha!

Quando eu era guri, lá em São Gabriel, meu pai que era subtenente do Exército e tinha que manter uma família de 8 filhos e os medicamentos que minha mãe usava para controlar a asma, sofria com a falta de dinheiro e, muitas vezes, o arroz com feijão era a comida principal. Naquela época se dizia que esta era comida de pobre.

Assim foi com muitas famílias que jamais deixaram de ter como prato indispensável na mesa, o arroz e o feijão.

Um gostoso prato de arroz com feijão, um pedaço de carne e um aipim fervido, até hoje, é uma das comidas que mais gosto. Quando o aipim é macio e o feijão bem temperado, não preciso de mais nada.

Mas é muito cedo, o dia mal começou e já estou falando em comida? Muitos ainda estão tomando o café da manhã, outros nem isso mais conseguem fazer. Então, vou logo explicando.

O feijão, que sempre foi considerado comida dos mais pobres, já está ficando longe da mesa das famílias mais humildes. O preço disparou e o tradicional arroz com feijão já não pode mais ser considerado comida de pobre.

E o que é pior, é que vivemos no Rio Grande do Sul, Estado que foi considerado, durante muito tempo, celeiro do Brasil. Aqui, feijão era plantado em qualquer canto, quase todo mundo, principalmente no interior, tinha uma rocinha de feijão no pátio de casa.

Hoje, quando a gente passa pela gôndola do feijão nos supermercados, fica impressionado com o preço do produto. Cansei de ver donas de casa, que antes colocavam muitos pacotes de feijão no carrinho, hoje levam, no máximo, um pacotinho de um quilo. Mais do que isso pode ser considerado exagero.

Mas enquanto o feijão vai desaparecendo da mesa da gente, fico pensando no que levou a tornar o produto um item selecionável e, muitas vezes, dispensável na lista de compras do final do mês. Se quem ainda pode fazer um rancho razoável, já está diminuindo o consumo do feijão, tão necessário e importante para a saúde, principalmente das crianças, o que deixar para quem não consegue nem mais contar com o prato que nunca havia faltado na mesa dos brasileiros? Arroz com feijão faz muito tempo, deixou de ser comida de pobre e passou, no máximo, a ser prato especial na mesa de quem pode mais.

Juro que chego a sentir o cheirinho gostoso que vinha da cozinha quando a Dona Célia, minha querida e saudosa mãe, temperava o feijão. A casa ficava tomada pelo aroma delicioso da manjerona. A gente ficava esperando a hora do almoço para saborear aquele delicioso feijão maravilha!

Tenham todos um Bom Dia!

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