quarta-feira, 22 de junho de 2016

BOM DIA!

Seria trágico, se não fosse engraçado!

Como leio tudo sobre o noticiário da manhã, e sigo lendo durante o dia, acabo me dando conta que leio até o que não gostaria de ler. São principalmente comentários de pessoas, algumas de  uma responsabilidade que deveriam ter mas não exercem. Cronistas que, muitas vezes, não se dão conta de que o que escreveram ontem, não repetem hoje, muito pelo contrário.

Tenho muito cuidado em comentar textos alheios, principalmente quando não concordo, pois sei que os meus devem ser criticados por muita gente. Afinal, como se diz lá em São Gabriel, “o que seria do verde, se todos gostassem do amarelo.” Mesmo assim, certas pessoas, sei lá por quais motivos, acabam beirando o ridículo quando defendem alguma coisa e, logo depois, juram que não defenderam.

Hoje me chamou a atenção uma chamada, na capa do jornal Correio do Povo, para a coluna do Juremir Machado, pessoa pela qual sempre tive admiração, mas que me decepcionou ao tentar provar que não é nem defende o PT, mas só defende e mostra que é petista. É um direito dele que, por algum motivo, não quer assumir, pelo menos publicamente.

Diz a chamada: “PT e PMDB foram parceiros no saque à Petrobras”. E isso escrito como se alguém não soubesse. Políticos ligados aos dois partidos estão envolvidos até as raízes do cabelo no chamado petrolão.

Fui ler a crônica para ver se havia alguma coisa dizendo que PT e PMDB também foram parceiros nas duas eleições de Dilma.  Petistas e peemedebistas estiveram juntos, ocuparam palanques, dividiram chapa, nas eleições de 2010 e 2014. Os votos do PMDB, aliás, foram fundamentais para a eleição de Dilma. E os petistas, até mesmo os que classificam de golpe o pedido de impeachment da presidente, votaram em Michel Temer. Graças aos votos dos militantes do PT, mesmo que eles jurem de joelhos que não, foram responsáveis pela eleição de Temer para a vice-presidência.

Mas o golpe condenado pelos petistas deixa de ser golpe quando, como faz o cronista, pedem eleições gerais, ou seja, não admitem que Temer permaneça no poder caso o impeachment de Dilma seja aprovado. E olhem que não estou defendendo Temer, muito pelo contrário. Estou, isto sim, querendo reafirmar que o impeachment está previsto na Constituição, foi respaldado pelo Supremo, mas que não vejo condições da presidente afastada voltar ao Planalto. Ela já provou que não tem as mínimas qualidades para governar o Brasil.

Mas pregar eleições gerais agora, aí sim parece ser um claro e definitivo golpe na democracia brasileira. Se dentro de dois anos teremos eleições para presidente, pretender que elas sejam antecipadas cheira muito mal.

Aquilo que o cronista do Correio do Povo quer, pode ser facilmente aplicável nas eleições de 2018, ou seja, todos os citados na Operação Lava Jato, não poderão concorrer. Isso, hoje, impediria que muitos daqueles que roubaram, que praticaram atos condenáveis, que se aliaram para saquear a Petrobras, por exemplo, concorressem.

Nem Temer, nem Dilma, nem Aécio, nem Lula  e tantos outros, poderiam ser candidatos. Dependendo da nova apuração da PF, nem Marina Silva.

Só esquece o cronista, que PT e PMDB que, segundo a chamada de capa do jornal, foram parceiros no saque à Petrobras, podem acabar, mais uma vez, parceiros para chegar ao Planalto. Aí sim, seria trágico, se não fosse engraçado!

Tenham todos um Bom Dia!

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