quarta-feira, 6 de abril de 2016

Bom Dia!

Mais de 76 milhões de telefonemas

Não se engane. Não são mais de 76 milhões de ligações para ajudar alguma criança doente, alguma família atingida por uma tragédia, para combater a fome no mundo, a zika, a dengue. Nestes casos, normalmente o número de ligações é infinitamente menor.

As ligações (mais de 76 milhões) foram feitas para decidir quem deveria vencer o Big Brother Brasil na noite de ontem. A vencedora foi a mineira Munik, de 19 anos, que levou o prêmio de R$ 1,5 milhão. Fora o que ganhou durante o programa.

Tirando familiares e amigos da vencedora, fico imaginando o que leva uma pessoa a pegar o telefone fixo ou o celular e pagar, por menor que seja a quantia, para votar em quem gostaria de ver receber um milhão e meio de reais.

Acho que como quase todos os brasileiros, tive interesse nas primeiras edições do programa que, aos poucos, foi se transformando numa geleia geral com baixarias de todos os tipos. Os movimentos sob o edredom passaram a ser coisa comum e explicita. Mulheres e homens nus também. Cenas de sexo, palavrões, intrigas, brigas e tudo mais, passaram a constar do roteiro do programa. Coisa normal!

E olhem que não sou dos mais puritanos nem conservadores. Apenas sigo princípios básicos de moral e me reservo o direito de não aceitar determinadas coisas que ferem tais princípios. Dai o motivo por ter decidido não assistir mais ao BBB.

Mas não consigo dividir espaços comuns sem ouvir pessoas comentando sobre o que acontece na famosa casa, principalmente à noite, quando as imagens são seletivamente editadas para, digamos assim, conquistar mais assinantes.

Hoje, ao abrir o computador para ler as notícias do dia, vi o rosto da Munik, a vencedora do BBB 16, e fiquei sabendo dos mais de 76 milhões de telefonemas e/ou mensagens via internet. Tudo devidamente pago e contabilizado pelas operadoras de telefonia e, é claro, pela Rede Globo que,  todos os anos,  leva ao ar esta baixaria.

Evidente que não condeno quem assiste ao programa e gasta para votar. Nem tenho este direito. O que não aceito é que nenhuma autoridade, por motivos que não sei, ou sei bem, toma uma providência contra o que é mostrado aos telespectadores em horário nobre. Claro que assiste quem quer, quem não quiser, troca de canal, mas não são poucos os que são atraídos por mulheres e homens bonitos, em cenas que, no meu tempo, eram proibidas para menores de 18 anos. Hoje a idade limite recomendada pela censura para o programa é de 12 anos.

Fico imaginando quanta criança não deve ter ligado para que fossem alcançados os mais de 76 milhões de votos.

Escrevi tudo isso e, bem no final, lembrei que estamos no Brasil. Aqui, lamentavelmente, a maioria das coisas não é séria!

Tenham todos um Bom Dia!

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