A imprensa golpista!
Tem uma coisa que aprendi, desde criança, com meu pai que
era militar e nos deu uma educação rígida, sem ser truculento nem ditatorial.
Era justo, um homem honesto e de princípios morais inabaláveis.
Pois meu pai nos ensinou que sempre existem dois lados de
um fato, de uma história, de um movimento, de uma ação qualquer. Alguns
defendem um ponto de vista, ou seja, um lado, outros defendem o outro. Alguns
consideram certo o que outros acham errado. Mas os dois lados devem ser
respeitados, isto é, não se pode achar que algo está certo quando atende nossos
interesses e errado quando é contra o que pensamos.
Ontem, durante o quase feroz discurso do Advogado Geral
da União, José Eduardo Cardozo, lembrei do velho Capitão Machado e de seus
ensinamentos sobre tirar proveito do que interessa e condenar o que não
interessa.
Em certo momento de sua pregação, Cardozo se utilizou de
matérias publicadas na imprensa brasileira para afirmar que - “Conforme fartamente documentado pela
imprensa, a decisão do presidente Eduardo Cunha não visou o cumprimento da
Constituição” - classificando de vingança de Eduardo Cunha a abertura do
processo de Impeachment da presidente.
Assim como se utilizou da imprensa para justificar sua
defesa, Cardozo esqueceu da mesma imprensa para lembrar que, dias antes da abertura
do processo, ela divulgava tratativas do PT com o PMDB para impedir que Cunha
abrisse o processo, oferecendo a possibilidade de evitar a ida dele para o
Conselho de Ética.
Certamente nas afirmações de José Eduardo Cardozo, estavam matérias publicadas
no Globo, na Veja, no Estadão e em tantos outros veículos odiados pelo PT e
pelos petistas. Naquele momento as matérias, passam a ser confiáveis e
honestas. Bem diferente de quando são classificadas de golpistas e mentirosas.
Confesso que não assisti até o final a pregação política
ideológica do Advogado Geral da União, que se mostrou mestre em repetir o que
vem sendo pregado por Lula, Dilma e companhia faz muito tempo. Insistem numa
tese que, no meu entendimento, já caducou.
Só não entendi se, quando fala em ilegítimo, se refere ao
vice-presidente Michel Temer que, até prova em contrário, foi eleito na mesma
chapa da representante do PT e que até o momento em que deixou o governo, era
aliado fiel e necessário, com toda a legitimidade.
Volto aos ensinamentos do meu pai para lembrar que, em
outras palavras, o que nos interessa é democrático, mas o que não nos
interessa, é golpe.
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