Dilma demite diretores indicados pelo PMDB
De olho na votação do impeachment, a presidente Dilma
Rousseff demitiu nesta quarta-feira o diretor-geral do Departamento Nacional de
Obras contra a Seca (Dnocs), Walter Gomes de Sousa, e o diretor da Companhia
Nacional de Abastecimento, Rogério Abdalla. Ambos haviam sido indicados pelo
PMDB, que rompeu oficialmente com o governo em uma reunião relâmpago na terça.
As exonerações foram publicadas na edição desta quinta-feira do Diário Oficial
da União (DOU).
A direção do Dnocs é um dos cargos de segundo escalão
mais cobiçados na região Nordeste. Sousa havia sido indicado para o posto pelo
ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que entregou o cargo
na segunda-feira seguindo a orientação do partido. Até agora, porém, Alves foi
o único dos sete ministros do PMDB a deixar o posto. Os outros resistem a
deixar seus cargos, como é ocaso de Kátia
Abreu, da Agricultura.
Em outra frente, Dilma negocia o espaço do PMDB no
governo com os demais partidos da base - principalmente PP, PSD e PR - para
evitar que essas siglas votem a favor do impeachment. Além da Conab e Dnocs, já
houve mudanças na Funasa. Na semana passada, Antonio Pires foi demitido do
cargo de presidente. Pires era ligado ao vice-presidente Michel Temer.
O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira também
traz publicada a exoneração de George Hilton
do cargo de ministro do Esporte. Para ocupar o posto, interinamente,
foi nomeado Ricardo Leyser Gonçalves, do PCdoB. A mudança foi confirmada ontem
pelo Palácio do Planalto. George Hilton havia se desfiliado do PRB para
continuar no ministério depois que a sigla decidiu romper com o governo, há
cerca de 15 dias.
Na semana passada, porém, em uma negociação política com
PRB, o Planalto havia acertado que Leyser assumiria o posto definitivamente.
Apesar de ser do PCdoB, o nome dele era considerado mais afinado com o comando
nacional do PRB.
(Com Veja.com/conteúdo)
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