sábado, 20 de fevereiro de 2016

Opinião

Vida de aposentado

Luzia Kirjner*

Por que as pessoas temem tanto a palavra “aposentadoria”?

Para muitos, talvez signifique velhice, excesso de disponibilidade, inutilidade, vazio ou outras situações estigmatizadas. Mas, na realidade, a aposentadoria não risca ninguém do mapa, da vida pública, social, familiar, intelectual, artística, assistencial, e de outras várias atividades que estão por aí, ao nosso alcance.

Aposentar é como virar a página de um livro; a diferença é que, ao invés de virar a página de uma história que alguém escreveu, o aposentado vai virar a página de sua própria história, escrever novas rotinas, praticar novos hábitos e experiências.

O trabalho enobrece o ser, colocando-o de maneira lógica no tempo e no espaço. Dignifica, ocupa, exige comportamentos padronizados, exige muitas ações, estimula lembranças, desperta desafios. Mas um dia chega a hora de virar a página, dar espaço para os mais jovens, mudar a rotina – por que  não?

Tanta vida nos espera aqui fora..., realizar projetos que ficaram para trás..., aquele instrumento musical que você tocava e deixou de lado..., aquela viagem que você não fez, porque queria estar sempre perto dos filhos, e outras coisas que passaram. Será que existe coisa mais prazerosa do que estar numa praia tranquila, lendo um livro interessante, ouvindo o barulho das ondas, e sem pensar na folha de ponto?

Quem sabe encher-se de coragem e cantar num coral?

Praticar esportes, frequentar academias, caminhar no parque, observar de perto os netos crescendo, e atualizar-se nas novas tecnologias, para dialogar com eles, sem perder a oportunidade de lhes chamar a atenção para a natureza, o canto dos pássaros e a lua plena, nascendo como bola de fogo nos lagos, rios e  scolher filmes que lhe interessem..., revisitar outros que lhe deixaram lembranças..., ir ao cinema num horário tranqüilo, sem a concorrência da clientela usual. Ir acompanhado, para discutir depois as emoções vividas no telão; afinal, diretores, atores e técnicos trabalharam para levar emoção, suspense, riso, susto e muita adrenalina até você, não é verdade?

Outra maravilhosa opção é dançar; levar ou deixar-se levar, deslizando com passos firmes e compassados, ao som de uma música gostosa e pontuada. O corpo ama expressar-se, e há tantos espaços para tal!

A escolha é sua, porque agora, mais do que nunca, você pode escrever, da maneira mais leve possível, as páginas de sua própria vida. Ousar escrever relatos de sua vida é lindo e reconfortante, e aí, com certeza, alguém encontrará alguma coisa de interessante e surpreendente, quando for “curiar” os seus alfarrábios.

Mas, se você é o tal do workaholic, e só se sente feliz trabalhando, as instituições assistenciais estão aí, à sua espera, além das associações de classe, especialmente a nossa, todas elas ávidas por receber um ser criativo, experiente, dinâmico e trabalhador.

No dia  24 de janeiro, comemoramos mais um Dia do Aposentado, e sentimo-nos felizes por termos cumprido com dedicação a nossa missão em benefício do cidadão brasileiro.

Aproveitamos para cumprimentar os novos colegas que se aposentaram recentemente, e oferecer nossos serviços, nossa sede e um feliz relacionamento com seus antigos colegas.

* Diretora de Secretaria da ASA-CD

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