Decretada prisão de João Santana
Foto: Veja |
A Polícia Federal deu início nesta segunda-feira a mais
uma fase da Operação Lava Jato - a 23ª - e mira a relação do marqueteiro João
Santana, responsável pelas campanhas do ex-presidente Lula e da presidente
Dilma Rousseff, como esquema de corrupção instalado na Petrobras. A PF expediu
um mandado de prisão contra o publicitário, mas ele não foi detido porque está
no exterior, onde trabalha na campanha à reeleição do presidente da República
Dominicana, Danilo Medina. Também são alvos da 23ª fase da Lava Jato a
empreiteira Odebrecht e o lobista e engenheiro representante no Brasil do
estaleiro Keppel Fels, de Singapura, Zwi Skornicki, que também já havia sido
alvo das investigações do petrolão por suspeitas de atuar como operador de
propinas.
A 23ª fase da Lava Jato, batizada de Acarajé, cumpre 51
mandados judiciais na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo e atinge em cheio as
campanhas presidenciais de Lula e Dilma. Santana trabalhou como marqueteiro nas
corridas presidenciais petistas e sua prisão, quando consolidada, deve ampliar
ainda mais as discussões sobre o processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff. Ao todo, foram expedidos 38 mandados de busca e apreensão, dois de
prisão preventiva e cinco de condução coercitiva. A Polícia Federal identificou
pelo menos 7 milhões de dólares enviados ao exterior e com relação direta com
João Santana. Segundo nota da PF, o termo Acarajé se refere ao nome que alguns
investigados usavam para designar dinheiro em espécie.
Conforme revelou VEJA, durante a nona fase da
Lava Jato, investigadores detectaram indícios de que subsidiárias da
empreiteira Odebrecht repassaram dinheiro a contas no exterior controladas por
João Santana, marqueteiro responsável pelas campanhas que levaram Lula e Dilma
a vitórias nas últimas três eleições presidenciais. Os indícios são de que o
publicitário recebeu secretamente dinheiro por meio de contas que o Grupo
Odebrecht mantinha no exterior para quitar despesas de campanhas do PT.
VEJA também mostrou que, ao analisarem o material
apreendido ainda na nona fase da Lava Jato, os investigadores encontraram uma
carta enviada em 2013 pela esposa de João Santana, Mônica Moura, ao engenheiro
Zwi Skornicki com as coordenadas de duas contas no exterior. Sócia do marido,
Mônica indicava uma conta nos Estados Unidos e a outra na Inglaterra.
O envolvimento direto de um marqueteiro em suspeitas de
corrupção não é novidade nos mais de 13 anos de governo petista. No auge do
escândalo do mensalão, o publicitário Duda Mendonça, que dominava as campanhas
petistas na época, admitiu à CPI dos Correios que recebera no exterior o
pagamento pelos serviços prestados durante a eleição de Lula.
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