quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Na Venezuela

Inflação chega a 180,9% 
e PIB recua 5,7% em 2015


Dados indicam que durante 2015, houve um aprofundamento da recessão. Para 2016, FMI prevê que a contração do PIB será a maior do mundo.

A Venezuela registrou uma inflação de 180,9% em 2015, uma das mais altas do mundo, e um retrocesso em seu PIB de 5,7%, informou nesta quinta-feira (18) o Banco Central venezuelano.

Os dados revelam que durante o ano passado houve um aprofundamento da recessão na economia venezuelana, que já havia registrado uma queda de 3,9% durante o ano de 2014, ao mesmo tempo que acelerou o aumento dos preços em relação a 2014, quando a inflação reportada pelo Banco Central foi de 68,5%.

A Venezuela sofre uma profunda crise econômica, afetada pela queda nos preços do petróleo, atualmente abaixo dos US$ 30 o barril. Para 2016, o FMI prevê que a contração do PIB da Venezuela será a maior do mundo. Atrás do país, está o Brasil, que deverá ter o segundo pior resultado.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (17) uma desvalorização de 37% do bolívar reservada à importação de alimentos e medicamentos, que passará de 6,3 a 10 bolívares por dólar.

"O sistema de câmbio que vamos simplificar em duas faixas, a faixa do sistema de câmbio protegido que começa amanhã, de 6,30 a 10 bolívares", e outra, que será "flutuante" e que até agora era de 200 bolívares por dólar, destacou Maduro, ao anunciar uma série de medidas econômicas, entre elas o aumento do preço da gasolina pela primeira vez em 20 anos.

O novo regime cambiário passa de três a duas taxas de câmbio, ao eliminar a de 13,5 bolívares por dólar, usada para algumas matérias-primas e insumos industriais.

O país com as maiores reservas petroleiras do mundo, altamente dependente de importações, sofre com uma seca de dólares, agravada pela queda nos preços do petróleo, fonte de 96% de suas divisas.

Economistas independentes atribuem a falta de acesso a divisas ao regime de controle do câmbio adotado pelo governo (1999-2013) do falecido Hugo Chávez em 2003, que Maduro reconheceu nesta quarta-feira que está "esgotado".

Maduro anunciou, ainda, o aumento da até então gasolina mais barata do mundo, ao passar de 0,01 dólar o litro (à antiga taxa de 6,3 bolívares por dólar) para 0,6 dólar com a desvalorização desta quarta-feira.

Além disso, anunciou um aumento de 20% no salário mínimo, que passará de 9.600 para 11.520 bolívares (US$ 1.152 dólares na nova taxa oficial mais baixa e US$ 11,5 no valor da divisa no mercado paralelo). (France Presse)

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