171
Certamente todos já ouviram falar do famoso artigo 171,
do Código Penal. Toda vez que se quer classificar alguém como vigarista ou
coisa parecida, se costuma dizer que “ele é um 171”.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício,
ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
Mas não é sobre o artigo que quero falar, o
número é tão somente uma coincidência que aparece exatamente quando o
presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, aceita o pedido de impeachment da
presidente Dilma.
Para que o processo não tenha seguimento, são
necessários os votos de 171 deputados. Se o número for alcançado pelos aliados
da presidente, ela estará preservada e continuará no poder. Caso contrário,
deverá se afastar da presidência e aguardar os acontecimentos.
Ontem mesmo, depois que o deputado Cunha
aceitou o pedido de impeachment protocolado pelos juristas Helio Bicudo, Miguel
Reale Júnior e Janaina Paschoal, em outubro, depois que a presidente falou,
classificando de “inconsistentes e improcedentes a razões que fundamentam o
pedido”, o alvoroço tomou conta de Brasilia e do Brasil inteiro. Políticos
começaram a calcular, militantes foram para as redes sociais, juristas deram
pareceres e as ameaças brotaram de todos os cantos.
O PT já começa a montar um plano para tentar
acabar com o pedido no STF, enquanto a oposição trabalha para impedir que o
Congresso entre em recesso, o que me parece muito difícil. O que se sabe, é que
o assunto se prolongará por muito tempo. Entraremos 2016 e somente depois de
alguns meses poderemos ter uma definição sobre a questão.
Até lá, lamentavelmente, o Brasil seguirá
vivendo das incertezas, do caos na economia, em meio a uma corrupção nunca
vista antes, com um PIB miserável e uma inflação assustadora. O brasileiro terá
que virar malabarista para sobreviver a tantos problemas. O ato de Eduardo
Cunha aceitando o pedido de impeachment de Dilma, nada mais fez, pelo menos no
momento, do que aprofundar, e muito, a grave crise política em que estamos
mergulhados.
Pelo pronunciamento da presidente, feito logo
após o anúncio, fica claro que o que deveria ser um processo político, não
passa de uma briga pessoal e, o que é pior, de vaidades.
Vamos aguardar e, como se diz lá em São
Gabriel, ‘quem viver, verá’
Tenham todos um Bom Dia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário