PGR pede abertura de inquéritos
contra Renan, Jader e Delcídio
A Procuradoria-geral da República encaminhou nesta
segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos para que sejam abertos
dois novos inquéritos para investigar os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL),
Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS) por
indícios de lavagem de dinheiro e corrupção. Os casos serão analisados pelo
ministro Teori Zavascki, relator das ações sobre o escândalo do petrolão na
Corte.
Os dois
pedidos de inquérito estão em segredo de Justiça e envolvem também o deputado
federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado pelos investigadores da Lava Jato como
o preposto de Renan Calheiros no esquema de cobrança de propina em contratos
fraudados na Petrobras.
Renan
Calheiros já responde a outros inquéritos resultantes das investigações da
Operação Lava Jato. Em um dos casos que motivou a abertura de investigação
contra o presidente do Senado, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa
informou às autoridades que Renan recebia dinheiro de empreiteiras contratadas
pela estatal, realizava as negociatas em sua própria casa e recolhia propina da
Transpetro, subsidiária da Petrobras então controlada por Sergio Machado, seu
aliado. Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-diretor da Petrobras disse ter
sido apadrinhado na Petrobras pelo PP e pelo PMDB e afirmou ter se reunido na
casa do senador Romero Jucá (PMDB-RR), na casa Calheiros e também com o
deputado Aníbal Gomes para discutir propina.
As diversas referências
a Renan nos autos da Lava Jato, incluindo as recentes delações premiadas do
ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e do lobista Fernando Baiano,
demonstram, segundo o Ministério Público, que o peemedebista atuava no esquema
de corrupção e fraudes em contratos na Petrobras. A força-tarefa de
procuradores questiona as doações eleitorais recebidas pelo senador, apontando
que várias empresas estavam envolvidas no esquema de corrupção de parlamentares
e que elas utilizavam o sistema de doações eleitorais para camuflar o real
objetivo das movimentações de dinheiro: o pagamento de propinas.
Já o lobista
Fernando Baiano disse que repassou propina a integrantes do PMDB por conta da
compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e de contratos de sondas. Em acordo
de delação premiada, conforme revelou VEJA, Baiano contou que o esquema de
corrupção na área internacional da Petrobras começou em 2006, no governo Lula,
e envolveu os senadores Renan Calheiros (PMDB), Delcídio Amaral (PT), Jader
Barbalho (PMDB) e o ex-ministro Silas Rondeau, que, após o mensalão, substituiu
Dilma Rousseff na pasta de Minas e Energia. Todos negam as acusações.(Com Veja.com)
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