Dedo no gatilho.
Logo após a decisão dos ministros do Tribunal de Contas da
União (TCU), que entenderam, por
unanimidade, que as contas da presidente Dilma Rousseff (PT) continham uma
série enorme de irregularidades, e acabaram sugerindo, de acordo com o relator
Augusto Nardes, que elas fossem rejeitadas, dei uma passada pelas redes sociais
para sentir a reação, a favor e contra a decisão do Tribunal.
Fiquei impressionado, inicialmente, com o número de
apoiadores e de brasileiros satisfeitos com o que aconteceu no TCU. Pessoas que
já não aguentam mais tanto desmando, tanta corrupção, tanta falta de
responsabilidade com o dinheiro público.
Mas também me impressionei com declarações de admiradores do
governo (eles existem, sim) classificando o ato ocorrido no TCU de golpe contra
o governo.
Sem contar as ameaças, veladas ou não, contra o relator. Para os
petistas, tudo o que ocorreu ontem, nas três derrotas num só dia sofridas pelo
governo, é tentativa de golpe, coisa de coxinhas, de reacionários e não sei
mais o que.
Será que as pessoas, por mais fanáticas que sejam, não
entendem que alguma coisa, ou muita coisa, está errada no Brasil? Será que uma
presidente que tem menos de 10% de avaliação positiva, um governo que é péssimo
para 80% dos brasileiros, não são passíveis de uma reflexão mais apurada e
menos doentia? Será que é tudo culpa dos outros?
O desastrado desempenho do Advogado Geral da União, Luís
Adams, que afrontou aos ministros e tentou defender o indefensável, mostrou o
quanto o governo da presidente Dilma está despreparado para enfrentar situações
complicadas como a que ocorreu no TCU. O mais trágico, na fala do representante
da AGR, foi tentar explicar que a coletiva do último domingo, quando começou o
processo de tentativa frustrada de impedir o julgamento das contas, não tinha
como objetivo atingir ao TCU. Queriam atingir quem? Suas críticas eram
dirigidas a quem?
Agora a solução fica nas mãos do Congresso Nacional. O TCU
entregou a arma engatilhada para que os deputados e senadores mostrem ao Brasil
que o governo precisa ser sério, que tem que parar de mentir, que tem que
acabar com a corrupção, que precisa ter o povo ao seu lado, sem falsas promessas
de inclusão social.
O Congresso está com o dedo no gatilho. Só resta saber se
vai atirar!
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