Economistas apontam cenário caótico e chances de piora
O Brasil acabou sendo um dos
principais destaques de um seminário em Wall Street, com economistas e gestores
de bancos como Morgan Stanley e Citigroup, para discutir o impacto da alta de
juros nos Estados Unidos em países emergentes. A avaliação da economia
brasileira mostrada no evento não foi das melhores e foi descrita pelos
executivos do setor financeiro como "extremamente complicada",
"caótica" e com uma crise política vista como "muito
séria".
O seminário foi organizado pela EMTA, uma associação com sede em
Nova York que reúne investidores que aplicam em mercados emergentes. Realizado
na sede do UBS e com auditório lotado, o evento terminou na noite desta
quarta-feira e o Brasil acabou ocupando boa parte das discussões, com os
executivos mencionando temas como crise política, ajuste fiscal, recessão,
Petrobrás e corrupção. Nesta semana, um editorial do jornal Financial Times afirmou que o Brasil é um paciente terminal e que, sem apoio, a presidente Dilma
Rousseff tem tido dificuldade para responder à crise.
No evento em Wall Strett, o país,
junto com outros emergentes como Turquia e Rússia, foi apontado como vulnerável
e, portanto, mais propenso a sentir os efeitos da alta de juros nos EUA.
"A situação no Brasil é
extremamente complicada", afirmou o diretor executivo e chefe da área
econômica para emergentes do Citigroup, Guillermo Mondino, mencionando a crise
política, a deterioração acelerada do Produto Interno Bruto (PIB) e a falta de
clareza e consenso do governo sobre o que fazer para tentar "achar uma luz
no fim do túnel". "O país está em uma situação muito difícil, a crise
é muito profunda e séria", disse ele.
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