PF indicia ex-líder de Lula e Dilma na Câmara
A Polícia Federal indiciou o ex-líder do PT e do governo na
Câmara dos Deputados durante o governo Lula e o primeiro mandato de Dilma
Cândido Vaccarezza e os deputados Vander Loubet (PT-MS) e Nelson Meurer
(PP-PR) na Operação Lava Jato, por recebimento de propina oriunda de contratos
da Petrobrás. O inquérito aponta indícios de corrupção passiva dos três
políticos.
O mandato de Vaccarezza terminou no ano passado e atualmente ele não
possui mais foro privilegiado.
Segundo o
documento, Cândido Vaccarezza teria recebido em seu apartamento, em São Paulo,
valores do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato, a mando do
ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, para a sua
campanha à Câmara de 2010.
O inquérito
da PF concluiu, com base em provas documentais e testemunhais, que houve
corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo deputado Vander Loubet. Segundo a
PF, em razão do cargo de deputado federal, o parlamentar teria recebido R$ 1
milhão de Youssef a mando de Pedro Paulo Leoni Ramos, secretário de
Assuntos Estratégicos no governo de Fernando Collor (1990-1992).
Segundo a
PF, uma parte dos valores teria sido entregue em Campo Grande (MS) e outra
parte teria sido depositada em contas de terceiras pessoas, que teriam dado
suporte a Vander Loubet em sua campanha eleitoral de 2010.
O inquérito aponta ainda que Nelson Meurer recebeu 2 parcelas de
R$ 250 mil, uma em 26 de agosto de 2010 e outra 10 de setembro de 2010, como
propinas para campanha eleitoral de deputado federal no mesmo ano. Os
valores teriam sido travestidas de doações eleitorais feitos pela
empreiteira Queiroz Galvão, ordenadas por Ildefonso Colares Filho e Othon
Zanoide de Moraes Filho – executivos da construtora, indiciados por corrupção
ativa – a pedido de Paulo Roberto Costa, também indiciado por corrupção ativa.
Os repasses para Meurer ocorreram, segundo a PF, por orientação do
doleiro Alberto Youssef.
De acordo
com a Polícia Federal, Nelson Meurer entre meados de 2008 e abril de 2013 –
enquanto Paulo Roberto Costa era diretor da Petrobrás – mais precisamente
nos dias 26 de maio 2011, 1 de setembro de 2011 e 7 de maio de 2012 recebeu
propina ‘oriunda de contratos da diretoria de Abastecimento mediante
comparecimento pessoal no escritório de Youssef em São Paulo’.
Meurer teria
recebido ainda, em Curitiba, em 11 de marco 2010, 25 de março de 2010, 23
de dezembro de 2010, 21 de janeiro de 2011, 30 de março de 2011, 4 de
maio de 2011, 17 de maio de 2011, 8 de junho de 2012 e 30 de junho de 2013,
mediante entregas do carregador de malas Rafael Ângulo, que trabalhava com
Youssef, em valores que giravam R$ 150 mil, ‘perfazendo 11 momentos de
corrupção a totalizar R$ 1,65 milhão’.
Segundo
laudo da PF, Meurer recebeu R$ 42 mil em 4 de janeiro 2009 e 10 mil em 27 de
janeiro 2010, em propinas por ordem de Paulo Roberto Costa, de empreiteiras que
realizaram pagamento por meio de Youssef, auxiliado pelo doleiro Carlos Habib
Chater.
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